Cápsula do tempo de 1877 é aberta nos EUA; saiba o que foi encontrado
VIRGINIA, EUA — Uma cápsula do tempo de 1877 começou a ser analisada nesta quarta-feira por especialistas em preservação histórica nos Estados Unidos. O objeto foi encontrado no estado da Virgínia, na última sexta-feira, no pedestal da estátua de Robert E. Lee, general que lutou pela secessão do Sul escravista durante a Guerra Civil Americana do século XIX.
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A estátua, um dos maiores monumentos confederados do país, foi removida no dia 8 de dezembro após ser alvo de protestos antirracistas.
O contêiner encontrado no local era feito de chumbo, que estava corroído, o que fez com que o processo de abertura e análise fosse delicado e demorasse várias horas, pois os especialistas usaram várias ferramentas para retirar a caixa.
O processo de abertura da caixa começou ao meio-dia (horário de Brasília) e terminou por volta das 17h quando governador do estado Ralph Northam levantou a tampa da cápsula para revelar os itens.
Chelsea Blake, uma conservadora do Departamento de Recursos Históricos da Virgínia, fez parte da desobstrução do artefato e explicou como a corrosão da cápsula retangular, que tem o tamanho de uma grande caixa de sapatos, afetou o processo de abertura.
— Parece que a tampa foi colocada e, em seguida, foi enrolado chumbo para mantê-la no lugar e, posteriormente, a água entrou e houve corrosão — disse Blake, enquanto pressionava uma ferramenta vibratória com ponta de metal duro contra a cápsula.
Um almanaque de 1875, uma moeda, pelo menos três livros de tamanhos e cores variados, papéis e um envelope de tecido estavam entre os artefatos encontrados na caixa. Alguns dos itens foram difíceis de identificar devido ao seu estado.
— Está muito úmido — disse Kate Ridgeway, conservadora do Departamento de Recursos Históricos da Virgínia, enquanto olhava para a cápsula do tempo enferrujada. — Estamos tentando preservar o que podemos deste livro — disse Ridgeway.
A cápsula do tempo foi encontrada pela equipe que trabalhava na remoção da estátua, que encontrou uma área que parecia “diferente”, de acordo com um comunicado do escritório de Northam, e cinzelou uma seção do bloco de granito para revelá-la.
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De acordo com o gabinete do governador, os registros mostram que “37 residentes, organizações e empresas de Richmond contribuíram com cerca de 60 objetos para a cápsula, muitos dos quais se acredita estarem relacionados à Confederação”.
Quando a cápsula foi aberta, o estado estava fazendo planos para criar uma nova cápsula do tempo para refletir a Virgínia atual.
— Este monumento e sua cápsula do tempo refletem a Virgínia em 1890, e é hora de remover ambos, para que nossos espaços públicos reflitam melhor quem somos como povo em 2021 — disse o governador. — Os últimos 18 meses viram mudanças históricas, desde a pandemia até protestos por justiça racial que levaram à remoção desses monumentos para uma causa perdida. É apropriado que substituamos a velha cápsula do tempo por uma nova que conta essa história — acrescentou.