Covid-19: Brasil recebe 1º lote da vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos
O Brasil recebeu, na madrugada desta quinta-feira (13), às 4h38, o primeiro lote da vacina da Pfizer contra Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos. A remessa com 1,248 milhão de doses desembarcou no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP).
O imunizante, que saiu de Amsterdam, na Holanda, foi descarregado em Viracopos com auxílio da Receita Federal e da Polícia Federal e seguiu, em caminhão, para o centro de distribuição do Ministério da Saúde, em Guarulhos (SP), às 8h18.
A Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, no dia 16 de dezembro, a vacinação de crianças desta faixa etária. Na quarta-feira (12), o governo de São Paulo anunciou abertura do pré-cadastro para início da imunização de crianças de 5 a 11 anos contra a doença. Os pais podem acessar o site do governo paulista para inserir os dados da criança e agilizar o atendimento nos postos de saúde do estado.
Ana Escobar: ‘O mundo inteiro já sabe que a vacina é segura para crianças’
Já na segunda-feira (10), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou que a Pfizer vai antecipar a entrega de 600 mil doses. Com isso, o total de vacinas previstas para chegar em janeiro deve passar de 3,7 milhões para 4,3 milhões.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), o Brasil tem cerca de 20,5 milhões de crianças nessa faixa etária.
LEIA TAMBÉM
- PERGUNTAS E RESPOSTAS: como será a vacinação de crianças de 5 a 11 anos
- ANA FLOR: aplicação pode começar 48 horas após doses chegarem, dizem governadores
- VOLTA ÀS AULAS: devo ou não mandar meu filho para a escola antes da vacina?
Avião com doses da vacina da Pfizer para crianças chega no aeroporto de Viracopos — Foto: Reprodução/ALFTV-REC. FEDERAL
Vacinação infantil
De acordo com o governo, a vacinação infantil ocorrerá:
- em ordem decrescente de idade (das crianças mais velhas para as mais novas), com prioridade para quem tem comorbidade ou deficiência permanente e para crianças quilombolas e indígenas;
- sem necessidade de autorização por escrito, desde que pai, mãe ou responsável acompanhe a criança no momento da vacinação;
- com intervalo de oito semanas – um prazo maior que o previsto na bula, de três semanas.
Diferenças
Frascos da vacina da Pfizer em versão pediátrica (laranja) e a partir dos 12 anos (roxa) — Foto: Tobias Schwarz/AFP
A vacina para crianças de 5 a 11 anos tem diferenças em relação à que foi aplicada nos adultos. Por isso, o governo federal adquiriu uma versão específica do produto com dosagens e frascos diferentes (foto acima), apesar de o princípio ativo ser o mesmo.
A mesma autorização de uso já foi concedida pelo FDA e pela EMA (agências regulatórias de saúde dos Estados Unidos e União Europeia).
Em outubro de 2021, a Pfizer disse que a vacina é segura e mais de 90,7% eficaz na prevenção de infecções em crianças de 5 a 11 anos. O estudo acompanhou 2.268 crianças de 5 a 11 anos que receberam duas doses da vacina ou placebo, com três semanas de intervalo.
Em 20 de dezembro, o ministro disse que a “pressa é inimiga da perfeição“. Na noite de 23 de dezembro, o Ministério da Saúde abriu a consulta pública sobre vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid.
De 24 de dezembro, a 2 de janeiro, qualquer pessoa pôde participar, preenchendo um formulário online, da consulta que, segundo a pasta, estava aberta a “contribuições devidamente fundamentadas”.
Já no dia 3 de janeiro, Queiroga antecipou que as doses pediátricas chegariam ao Brasil na segunda quinzena deste mês. Sem apresentar um cronograma de aplicação, o ministro disse também que a vacina estará disponível para os pais que queiram imunizar seus filhos.
Na quarta-feira passada (4), o Ministério da Saúde apresentou os resultados da consulta pública e também convidou entidades e profissionais ligados ao tema para uma audiência pública. Sociedades médicas e científicas defenderam a vacinação de crianças.