O cancelamento da venda de Gabriel Teixeira para o Al Wasl, dos Emirados Árabes, por reprovação em exames médicos surpreendeu a todos, mas não é uma novidade no Fluminense. Há cinco anos, o clube viveu caso parecido com Wellington Silva, outra cria de Xerém e que hoje está no Gamba Osaka, do Japão. Em 2017, o atacante também não passou na avaliação clínica e teve sua ida para o Bordeaux, da França, cancelada. Por mais que sejam histórias semelhantes, a diferença pode estar na sequência dos dois no Tricolor após a reintegração.
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A negociação de Wellington Silva com o clube francês não foi para frente na época por conta de uma inflamação no púbis. Representante do atleta, Alexandre Soares afirmou naquela ocasião que o caso não era sério e que o atacante estava apto a atuar – assim como aconteceu com Gabriel, de acordo com a nota oficial publicada pelo Fluminense.
– Durante os exames médicos foi detectada uma pequena inflamação no púbis. Não é nada sério e o atleta está apto a atuar, mas o clube francês optou por não prosseguir com a contratação – explicou Soares em entrevista ao ge em 2017.
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Wellington Silva ao retornar ao Fluminense em 2017 — Foto: reprodução
E, de fato, Wellington Silva não demorou a voltar a campo. O jogador se mostrou motivado ao retornar ao Fluminense, chegou a trabalhar em tempo integral em sua reapresentação, e sete dias depois foi titular no empate por 2 a 2 com o Sport na Ilha do Retiro, pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro. Após o fracasso da transação, o atacante manteve sua vaga na equipe e engatou uma sequência de 10 jogos, mas o rendimento não foi o mesmo de antes.
De destaque no primeiro semestre, onde foi um dos principais nomes do Fluminense no Campeonato Carioca, Wellington Silva fez sete gols e deu duas assistências em 27 jogos antes da proposta Bordeaux. Depois do cancelamento da operação, ele estufou a rede apenas mais uma vez e deu uma assistência, ambos na vitória por 3 a 1 sobre o Atlético-GO no Maracanã, no dia 5 de agosto de 2017 (veja no vídeo abaixo).
Os gols de Fluminense 3 x 1 Atlético-GO pela 19ª rodada do Brasileirão
Um mês e meio depois, após a classificação do Fluminense em cima da LDU no Equador, nas oitavas de final da Copa Sul-Americana, o atacante voltou a se queixar de dor no púbis e ficou um mês sem jogar, fazendo tratamento. Quando retornou, passou a ser opção no banco e a entrar só no segundo tempo, o que fez cair drasticamente sua minutagem. No Fla-Flu da eliminação tricolor na Sul-Americana, ele sequer foi usado e acabou preterido pelo contestado Romarinho nas substituições.
Sempre que reclamou, Wellington foi submetido a exames, mas não foi constatada lesão. Em novembro daquele ano, incomodado com as dores, o jogador chegou até a cogitar uma cirurgia, mas o departamento médico tricolor avaliou que não era necessário. Pessoas que estavam no clube na época acreditavam que havia uma questão psicológica envolvida. Um desgaste interno e a perda de espaço fez com que, no ano seguinte, o atacante fosse emprestado ao Internacional, que já vinha sondando o atleta.
Wellington Silva
Antes da venda | Depois da venda | |
Jogos | 27 | 16 |
Jogos como titular | 24 | 10 |
Gols | 7 | 1 |
Assistências | 2 | 1 |
A pessoas próximas, Gabriel Teixeira também tem se mostrado motivado e quer voltar logo a treinar no Fluminense. A coxa esquerda do meia-atacante, onde foi detectado o edema, é a mesma que no segundo semestre do ano passado atrapalhou sua sequência no time. Na reta final de 2021, ele passou por um trabalho de reequilíbrio muscular e por isso não estava jogando. Mas já estava participando normalmente da pré-temporada de 2022 antes da proposta do Al Wasl.
Na última terça, o jogador teve sua transferência para o Al Wasl cancelada por conta do edema muscular na coxa. De acordo com a avaliação do Centro Médico da Fifa, há o risco de lesão de grau 1. O Fluminense afirma que encaminhou o histórico do meia-atacante ao clube dos Emirados Árabes Unidos e mencionou a presença do problema, que teria sido detectado dias antes da viagem. Ainda segundo o clube, a ocorrência é comum e “não justifica a não contratação do jogador”.
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Abel era o treinador de Wellington Silva em 2017 — Foto: RAFAEL RIBEIRO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO
Uma curiosidade é que tanto o caso envolvendo Wellington Silva há cinco anos quanto ao atual de Gabriel Teixeira tem Abel Braga como ponto em comum. O treinador já comandava o clube em 2017 e pode usar a experiência que viveu para lidar com a nova situação. Como o contrato de Biel não chegou a ser rescindido no BID (Boletim Informativo Diário) da CBF, ele continua regularizado no Fluminense para jogar.