O que é o Swift, sistema financeiro que excluiu bancos da Rússia.

Líderes mundiais têm defendido sanções econômicas após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, autorizar a invasão à Ucrânia - Russian Pool/via REUTERS TV/File Photo

Líderes mundiais têm defendido sanções econômicas após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, autorizar a invasão à Ucrânia.

 

A guerra entre Rússia e Ucrânia trouxe, além do conflito armado, sanções econômicas contra o país presidido por Vladimir Putin. Nesta quarta-feira (2), a UE (União Europeia) anunciou a exclusão de sete bancos do sistema Swift. O Swift (Sociedade de Telecomunicações Financeiras Mundial) é um sistema bancário internacional, criado na Bélgica em 1973, que permite a padronização de informações financeiras e transferências de recursos entre bancos ao redor do mundo.

Bancos excluídos do Swift.

Embora a UE tenha barrado os bancos russos, o bloco político-econômico poupou dois estabelecimentos ligados à venda de hidrocarbonetos. Serão desligados o VTB, o segundo maior banco da Rússia, o Bank Otkritie, o Novicombank (financiamento industrial), o Promsvyazbank, o Rossiya Bank, o Sovcombank e o VEB (banco de desenvolvimento do regime). O Sberbank, o maior credor da Rússia, e o Gazprombank não foram incluídos na lista porque são os principais canais para pagamentos de petróleo e gás russos. Os países da União Europeia seguem comprando os materiais. “Este é o maior pacote de sanções da história da nossa União. A decisão de desconectar esses bancos russos da rede Swift enviará mais um sinal muito claro a Putin e ao Kremlin”, declara a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. O bloqueio contra os bancos russos entrará em vigor a partir do dia 12 de março. Além da UE, os países do G7 – Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França Itália, Japão, Reino Unido – defendem o banimento de instituições russas do Swift.

Consequências para a Rússia

De acordo com especialistas, a exclusão significa um retrocesso para a economia russa. Isso porque o país terá agora de negociar diretamente o sistema de pagamento com o parceiro comercial, seja por e-mail, telefone ou por um sistema próprio. “A Rússia compra carne da gente [do Brasil]. Então, sem o Swift, eles terão que fazer pagamentos de banco a banco. Será muito mais difícil”, exemplificou o professor Simão Davi Silber, da USP (Universidade de São Paulo), especialista em Economia Internacional. Desde 2014, a Rússia desenvolve seu próprio sistema de transferências internacionais, o SPFS (Sistema de Transferência de Mensagens Financeiras do Banco da Rússia, em tradução livre)  A plataforma deve funcionar como um concorrente do Swift, mas controlada por Moscou.

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