Lento progresso na Ucrânia faz prestigiado ministro da Defesa russo andar na corda bamba

Um dos aliados mais leais a Putin, Sergei Shoigu vendeu ao chefe uma operação rápida, que não se concretizou 20 dias após invasão do país vizinho.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, cumprimenta o ministro da Defesa, o general do exército Sergei Shoigu, durante cerimônia no Kremlin, no dia 11 de abril de 2021 — Foto: Alexey Nikolsky/Sputnik/AFP

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, cumprimenta o ministro da Defesa, o general do exército Sergei Shoigu, durante cerimônia no Kremlin, no dia 11 de abril de 2021 — Foto: Alexey Nikolsky/Sputnik/AFP

Sem histórico militar, o ministro da Defesa da Rússia tem a patente de general e ascendeu no Kremlin com campanhas exitosas na Crimeia e na Síria. Aos 66 anos, Sergei Shoigu é visto como provável sucessor do presidente Putin, mas a demora em obter um desfecho favorável à Rússia na ocupação da Ucrânia faz balançar a sua esfera de influência no Kremlin.

Se a guerra de Putin fracassar, Shoigu será responsabilizado. Ainda que as forças russas saiam vitoriosas, o custo terá sido alto e o general também terá falhado: ele vendeu ao chefe uma operação rápida e certeira, sem levar em conta o despreparo de suas tropas, de um lado, e a combativa resistência ucraniana, de outro.

Radicado nos EUA, o escritor russo Leon Aron lembrou, num artigo publicado no jornal “Washington Post”, que a tradição russa costuma ser implacável com os revezes militares. “Mais do que qualquer outro governante russo, Putin fez da guerra, ou da ameaça de guerra, a base de seu apoio popular”, explicou. Fomentou a ideia de que o Ocidente está em guerra permanente com a Rússia.

Há 22 anos no comando da Rússia, ele se cercou de assessores que praticam, sobretudo, a lealdade. Shoigu compartilha deste círculo íntimo de Putin e ajudou a difundir os seus ideais – nacionalismo e embate com as nações ocidentais. Como consequência, figura na lista dos sancionados pelos EUA e pela UE.

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