Mesmo com liberação, campo-grandenses preferem continuar usando máscara: ‘segurança’

O uso obrigatório de máscaras contra a Covid-19 foi retirado em Campo Grande, no dia 22 de março, com exceção do transporte coletivo, rodoviário e unidades de saúde. A maior parte da população já transita sem o protetor facial pelas ruas do Centro, mas uma parcela significativa permanece com o EPI (Equipamento de Proteção Individual), por um motivo que é quase consenso: o risco ainda existente de contrair a doença que, em MS, matou 10,5 mil pessoas.

Ao Jornal Midiamax, o aposentado Osmar Luiz, de 62 anos, afirmou que só irá tirar a máscara quando houver um consenso por parte da comunidade científica. “O negócio está indeciso e ainda existe dúvida sobre a Covid-19. O município fala uma coisa e o Estado outra, mas quem tem que cuidar de mim sou eu. A hora que a ciência bater o martelo e falar que acabou eu vou parar de usar”, disse ele.

Outro fator que pesa na decisão é a presença do vírus influenza. “No começo eu não suportava usar, mas, depois, acostumei. Nós já estamos entrando na gripe e alguém pode espirrar, vou continuar usando”, disse ele.

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Ilma dos Santos com o seu filho (Foto: Ranziel Oliveira / Jornal Midiamax)
Sentado com o filho em um banco da Praça Ary Coelho, a dona de casa Ilma dos Santos, de 57 anos, disse que a família continuará usando sem um prazo definido. “Tanta coisa que aconteceu que a gente fica se perguntando se passou mesmo. Não é necessário usar, mas cada um que colocar será para benefício próprio. Eu e meu filho vamos continuar usando por segurança e sem data para tirar”, disse ela.

Para o estudante de Gestão de Recursos Humanos, Everton da Silva, de 17 anos, continuar usando máscara é uma questão de consciência. “O coronavírus está aí, estou usando por prevenção. Eu não quero pegar nada e nem passar para ninguém. No serviço, nós também continuamos usando. O dia em que não houver mais nenhum caso positivo, eu posso pensar em parar de usar. Mas, por enquanto, não”, pontuou.

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Everton da Silva (Foto: Ranziel Oliveira / Jornal Midiamax)
Juliana da Silva, de 24 anos, está grávida de seis meses e não pretende extinguir a máscara do seu cotidiano. “Eu uso pra me prevenir, estou gestante e minha mãe é hipertensa. A Covid-19 não acabou, ela está aí”, disse.

Fim da obrigatoriedade

Conforme o decreto municipal que desobriga o uso de máscara em locais fechados em Campo Grande, alguns locais continuam com a exigência do uso. São eles: ambientes hospitalares e de atendimento à saúde públicos e privados, transporte coletivo e rodoviário.

Além disso, o decreto recomenda o uso para pessoas com comorbidades (cardiopatias, diabetes, imunossuprimidos, oncológicos, com obesidade mórbida, etc.), pessoas com sintomas respiratórios e em instituições de longa permanência de idosos.

Para tal decisão, o município considerou a redução expressiva do número de casos graves confirmados de Covid-19, no município de Campo Grande, e a queda da taxa de internação, a redução na procura de testes diagnósticos por pacientes sintomáticos respiratórios na Rede Municipal de Saúde, além das coberturas vacinais.

Naquela ocasião, vale lembrar, a vacinação havia atingido 84,40% da população total de MS com a primeira dose, 73,72% da população com esquema primário completo (duas doses ou dose única) e 38,49% da população com 18 anos ou mais com dose de reforço.

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