Análise: em evolução, Botafogo dá sinais positivos sob comando do enérgico Luís Castro

Os belos gols de Erison e Victor Sá, as boas atuações de Luís Oyama e Daniel Borges e até os erros na defesa e no meio de campo que colocaram o resultado em risco. Quem viu o jogo do Botafogo pela televisão acompanhou isso tudo no detalhe, mas pode ter perdido uma grande novidade da vitória de 3 a 1 sobre o Ceará, no último domingo: a energia de Luís Castro

Do estádio, público e jornalistas puderam acompanhar as reações em modo de competição do português, quando a postura serena fora de campo deu lugar à inquietação de quem ainda vê muito o que melhorar no time. O treinador abusou dos gestos e dos gritos na dificuldade de se fazer entender em um Castelão que chegou perto de uns 40 mil de público.

A angústia tinha motivo: o Botafogo deu bons sinais, mas também deixou claro que é um time longe de estar pronto. Tem lampejos, como a bela jogada no gol de Victor Sá, o primeiro do jogo. Só que também comete os erros de um time ainda pouco ensaiado. Prova disso é os jogadores erraram praticamente um a cada três passes tentados no jogo.

O comportamento coincide com os relatos vindos do dia a dia de treinos. Quem participa dos trabalhos do clube já notou que a postura calma fica do campo para fora. Quando a bola rola, o português esbanja empolgação e é duro nas cobranças quando o momento pede.

Contra o Ceará, as principais cobranças do treinador eram nos momentos sem a bola. O português quer mais aproximação entre os atletas e distância da área. Redução de espaços e mais campo para dificultar o caminho do adversário até o gol. Foi o que faltou nos momentos críticos da partida, quando o Ceará quase virou o jogo.

– Se estivermos juntos como nos primeiros 15 minutos, perto da nossa baliza, o adversário que nos sufoca. O que queremos é ganhar bolas em zonas mais altas no ataque. Precisamos de mais tempo no ataque, no primeiro tempo isso não aconteceu – pontuou Castro.

Apostas dão resposta

Apesar das ponderações do próprio treinador, o resultado é merecido e vale muita comemoração. Até porque dá mais tranquilidade ao trabalho ainda no início do português. Além disso, o sinal positivo foi de um time capaz de encontrar solução e reagir dentro de um confronto.

No Castelão, o time entrou em campo com algumas apostas, e todas elas deram frutos. Na defesa, Daniel Borges surpreendeu como lateral-esquerdo. Oyama comandou o meio de campo ao mudar para primeiro volante. Na frente, Victor Sá e Erison os primeiros gols da carreira dos dois na elite do futebol brasileiro.

Oyama não marcou, mas foi decisivo em vitória — Foto: Vitor Silva/Botafogo

Oyama não marcou, mas foi decisivo em vitória — Foto: Vitor Silva/Botafogo

Botafogo mostrou sinais positivos resultado dos treinamentos. Como o gol de Victor Sá, que saiu de Diego Loureiro, em bola forçada para fugir da pressão do Vozão, e terminou na jogada trabalhada que abriu o placar no Castelão.

Agora, Castro tem o desafio de manter o crescimento do time em um período de muitos jogos e praticamente nenhum treinamento. Os alvinegros terão dois jogos e duas viagens até o próximo domingo. Por isso, adiantaram o retorno ao Rio de Janeiro para esta madrugada. A reapresentação está marcada para a tarde desta segunda-feira.

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