Volta ao Corinthians? Mateus Vital faz balanço de passagem na Grécia

Em pouco mais de oito meses na Grécia, Mateus Vital acumulou aprendizados, momentos de altos e baixos e alguns quilos de massa magra. Em final de contrato de empréstimo com o Panathinaikos, o meia de 24 anos concedeu entrevista exclusiva ao ge na qual fez um balanço de sua primeira experiência no futebol europeu e falou sobre a possibilidade de retorno ao Corinthians, clube com o qual tem vínculo até o fim de 2023.

Após um bom início na equipe de Atenas, Mateus Vital caiu de rendimento em meio a preocupações com a adaptação da família no novo país. Aos poucos, foi reconquistando espaço, mas não conseguiu se firmar como titular do Panathinaikos. Mesmo assim, jogou bastante. Até agora, atuou em 39 partidas, com três gols marcados e uma assistência.

– Essa experiência está sendo bem positiva. É uma experiência diferente, eu nunca tinha saído do Brasil para jogar em outro lugar. Vim para ter essa rodagem, conhecer o futebol europeu. Eu assistia muito, mas vivenciar isso é completamente diferente, é uma outra experiência, outra cultura, outra língua, tem tudo para se aprender. Realmente, a adaptação não foi fácil – comentou o jogador.

Vital diz manter contato com os ex-companheiros de Corinthians e tem ficado acordado até de madrugada para acompanhar aos jogos do time de Vítor Pereira. Aguardando uma definição quanto ao futuro de sua carreira, ele não vê a forte concorrência no Timão como um empecilho para o retorno.

Como tem sido essa primeira experiência na Europa?
– Por mais que eu tenha chegado muito bem, a adaptação no começo foi muito difícil, mas agora eu me sinto muito mais adaptado e ambientado, isso tem me ajudado muito. Estamos entrando em reta final, com vários jogos decisivos, os playoffs da Liga, dia 21 temos a final da Copa, que é de suma importância para a gente e para o clube, que não ganha um título há bastante tempo.

Você levou a mulher e a filha para a Grécia?
– Sim, elas vieram logo em seguida, mais ou menos um mês depois da minha chegada. Na época estava tudo muito restrito para entrar na Grécia, não pudemos trazer mais ninguém, ela só pôde entrar aqui porque a gente já estava casado. Graças a Deus deu tudo certo. Hoje a gente tem uma pessoa para auxiliar a gente com a minha filha, a babá que esteve com a gente no Brasil e hoje nos ajuda aqui, mas isso só no final. No começo estava restrito, ela não pôde entrar, então ficamos eu, minha esposa e minha filha.

Você falou em dificuldades de adaptação. Isso foi em relação à cultura grega ou ao futebol do país?
– Foi muito mais fora de campo. Não só para me adaptar, mas também adaptar minha família, minha filha estava acostumada ao Brasil, minha esposa também. A gente esquenta muito a cabeça com a família. Quando as coisas não vão bem dentro de casa, fica difícil para a gente transferir para o campo. No começo foi difícil para a gente, a questão da cultura também, é um ambiente diferente, a língua. A gente ficava inseguro para ir na rua, até em alguns restaurantes, não sabíamos muito bem a língua. Minha esposa teve um pouco de dificuldade nessa adaptação e eu creio que fiquei preocupado também por conta dela

Como você se virou com o idioma?
– Por mais que aqui o pessoal fale muito inglês, tem lugares que o grego não sabe falar inglês, isso dificulta para a gente. O inglês a gente consegue arranhar, falo bem pouco, mas consigo entender bem. Mas o grego é bem complicado. No clube a gente só fala inglês, fui aprendendo o inglês, mas na rua é muito grego. Isso faz parte, é um aprendizado, uma experiência boa, levo isso como algo positivo para minha carreira e para a vida pessoal.

– Meu técnico é sérvio e fala muito bem o grego, acho até melhor que o inglês, porque ele ficou muito tempo aqui na Grécia, jogou nove anos, se não me engano. Ele fala o grego fluente. Às vezes, quando está dando uma palestra em inglês, ele fala em grego rápido para o auxiliar traduzir para o inglês, porque algumas palavras fogem. O grego ele fala fluente. O inglês ele também fala bem, mas às vezes some alguma palavra e ele muda o idioma.

Vamos falar do que acontece em campo. Como é o campeonato grego?
– É um campeonato intenso, os jogos têm velocidade, dificilmente tem aquele jogo de muita posse de bola, é muito mais vertical, e um campeonato de muita força física. Comparando com o Brasil, é muito diferente nesse sentido. Requer que você esteja muito forte fisicamente para aguentar o tranco. Eu não acompanhava muito o campeonato grego, via coisas de companheiros com quem já joguei, assisti a alguns jogos do Douglas, do PAOK, acompanhava pouca coisa. Desde que cheguei, percebi isso, é um futebol de muita força física.

Você evoluiu nesse aspecto?
– Com certeza, nessa parte física tive uma melhora grande desde que cheguei aqui, comecei a fazer trabalhos próprios no clube para que estivesse bem para aguentar o estilo de jogo aqui. Por mais que meu estilo de jogo seja diferente, eu seja um dos jogadores com diferentes características dentro do elenco, poucos jogadores são parecido comigo, que gosto de fazer um contra um. Realmente tive que fazer um trabalho à parte para estar apto e bem para aguentar o tranco. O campeonato aqui é fisicamente muito forte.

Ganhou massa muscular?
– Sim, ganhei. Senti evolução muito boa no meu corpo, está sendo bem legal. Até esse tipo de trabalho para mim eu vou levar para onde eu for agora. Gostei muito do que fiz no clube, dá para levar para o resto da minha carreira.

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