Guedes diz que defesa de ‘trava’ de preços em mercados é ‘sugestão voluntária’ e nega reeditar fiscais do Sarney: ‘desgraça’
Um dia depois de falar que governadores precisam “botar a mão no bolso” para diminuir o ICMS, o ministro da Economia, Paulo Guedes, falou ao blog que está “longe de tabelamento” de preços. Com inflação em 11,73% em 12 meses, o governo tenta atacar o problema para não interferir na reeleição de Jair Bolsonaro (PL).
Guedes falou sobre a comparação com o governo de José Sarney, que nos anos 1980 do século passado decretou o congelamento de preços para atacar a inflação .
“Eu não sou o Sarney. Os fiscais do Sarney são uma desgraça do Brasil que não podem ser reeditada. Todo mundo que apoiou o cruzado tem medo dos seus próprios fantasmas”, disse o ministro.
Na quinta-feira, o ministro discursou para representantes da área de supermercados e disse que o governo tem diminuído os impostos e reivindicou o fim da alta dos preços nos alimentos.
“Nova tabela de preços, só em 2023. Trava os preços. Vamos parar de aumentar os preços aí dois, três meses. Nós estamos numa hora decisiva para o Brasil”, disse Guedes”, disse, na oportunidade.
Ao blog, o ministro comentou sobre a fala aos supermercadistas. “O que eu disse é ‘olha, reduzimos os impostos’. Foi uma orientação, uma sugestão, mas de forma voluntária: se puder pausar os preços voluntariamente, pausar o reajuste, ótimo”.
Bolsonaro também falou no evento, em participação online – pois está nos EUA para a Cúpula das Américas. Ele disse que “se cada um baixar 1% que seja, né, quando chegar a vez dele, ajuda bastante a gente e eu ficaria eterno grato a todos vocês”.