Justiça reconhece que Carrefour praticou assédio moral contra funcionário em Campo Grande

A empresa Carrefour, envolvida em uma polêmica no ano passado, quando um funcionário foi gravado por um cliente sendo humilhado pela gerente da loja, foi condenada liminarmente pela 2ª Vara do Trabalho de Campo Grande, por praticar assédio moral contra os empregados, expondo-os a danos de ordem física e moral.

De acordo com o Ministério Público do Trabalho, a decisão foi ajuizada no mês passado, após receberem denúncia através de uma matéria jornalística com o vídeo vexatório, mostrando um funcionário limpando o chão e sendo humilhado pela responsável do hipermercado.

Antes de mover o processo, foi instaurado um inquérito para investigar o caso, tendo sido apresentado, inclusive, uma proposta de Termo de Ajuste de Conduta, mas não houve interesse por parte da empresa em formalizar o acordo extrajudicial.

À época, o Carrefour informou que desligou a funcionária que aparecia no vídeo, mas ela foi recontratada por outra empresa do mesmo grupo três meses depois.

O vendedor que aparece no vídeo contou que passou a ser vítima de chacota entre os colegas da loja, precisando pedir afastamento médico, e não foi procurado pela empresa em nenhum momento.

No decorrer da investigação, foi identificada a existência de centenas de ações trabalhistas ajuizadas em face do Carrefour nas Varas do Trabalho de Mato Grosso do Sul, muitas delas retratando o histórico de práticas de assédio moral, de agressão verbal, de discriminação e de injúria racial cometidas dentro da empresa, com pedidos de indenização por danos morais.

Ao concluir que não houve providências cabíveis tomadas pela empresa para resolver a situação, o magistrado determinou que, em qualquer circunstância futura sobre os mesmos casos, haverá pena de R$ 10 mil por trabalhador prejudicado e por constatação.

Como a decisão do caso em questão é liminar, o processo seguirá o curso normal da Justiça, com as fases de conciliação, instrução e julgamento.

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