Botafogo se deixa abalar com gol sofrido e esquece bom primeiro tempo contra o Avaí

A derrota por 1 a 0 diante do Avaí não deixou o Botafogo apenas na zona de rebaixamento ou fez o time alcançar a marca de um mês sem vitórias. Ao completar o quinto jogo seguido sem vencer, sendo quatro derrotas nos últimos quatro jogos, o time de Luís Castro também deixou claro a falta de ânimo que vem acometendo os jogadores recentemente e abala demais o time.

Foi assim quando sofreu o primeiro gol diante do Goiás. Foi assim no passeio do Palmeiras. E novamente foi assim na fria noite da última segunda-feira. Por mais que viesse jogando bem no primeiro tempo, criando ao menos duas grandes chances que pararam na defesa de Douglas Friedrich.

Mas aí veio o gol. Na verdade, um golaço de falta cobrado por Kevin, ex-lateral-direito do Bota que não deixa a mais remota saudade no torcedor. E tudo parece ter desmoronado.

 

A torcida, incomodada com os resultados e desempenhos ruins recentemente, começou a vaiar e gritar “time sem vergonha” ainda antes do intervalo. Até então, apoiava os jogadores em campo e tentava passar aquela energia positiva.

Na volta para o segundo tempo, Luís Castro tentou mudar um pouco o meio de campo fazendo uma das duas substituições que também fez contra o Palmeiras. Tirou Tchê Tchê e colocou Del Piage. Por mais que o camisa 6 vindo do Atlético-MG não tenha feito uma boa partida, a troca foi praticamente seis por meia dúzia.

Dez minutos depois, outra substituição. Luís Oyama, que errou muito do que tentou, deu lugar ao combativo, mas exagerado nos passes para trás, Kayque. Com isso, repetia exatamente o que tentou ajeitar na partida anterior em São Paulo. Novamente sem sucesso.

Sem controle do meio de campo e apático durante a maioria do segundo tempo, o Botafogo pouco ameaçou o goleiro Vladimir – que entrou na volta do intervalo. Por mais que os números mostrem 21 finalizações para o time da casa contra sete dos visitantes, o volume maior do Bota foi apenas no primeiro tempo.

Espaçado e com pouca movimentação no meio de campo, um lance mostrou bem como o Bota não estava bem posicionado em campo: Daniel Borges cobra lateral no lado direito da defesa para trás, em direção a Kanu. Posicionado à direita da própria área, o zagueiro domina, busca alguém próximo, mas o Avaí encaixa a marcação nos jogadores mais perto. A solução? Um chutão para frente em busca de Erison (depois do meio de campo), enquanto Chay estava bem distante do zagueiro, esperando a bola no círculo central.

Como última cartada, Castro colocou Matheus Nascimento em campo no lugar de Daniel Borges. A substituição empurrou Chay para a ponta direita, enquanto Vinícius Lopes – um dos poucos que fazia alguma diferença em campo – ficou improvisado na lateral. A mudança foi difícil de entender, até porque foi a única troca que o português fez em que não substituiu um jogador com características parecidas por outro. Ainda assim, terminou o jogo com duas substituições por fazer, sem contar que 11 dos 14 jogadores do Botafogo vieram da Série B.

Luís Castro tem se acostumado a dizer nas entrevistas coletivas que não vende ilusões ao torcedor e que resultado compra tempo. Por mais que a torcida alvinegra seja ansiosa, dada a possibilidade de que o retorno aos tempos de glória parecem mais próximos que num passado recente de sofrimento, o português precisa mostrar com seu time que é capaz de aguentar mais do que um bom primeiro tempo.

São quatro derrotas seguidas e apenas um ponto conquistado nos últimos cinco jogos. Castro precisa voltar a construir o tempo que precisa para organizar seu trabalho para tirar o time da zona de rebaixamento. O Botafogo volta a campo na próxima quinta-feira, feriado de Corpus Christi, quando recebe o São Paulo, às 16h (de Brasília), no Nilton Santos, pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Bota é o 17º, com 12 pontos, mesmo número do Flamengo, primeiro time fora do Z-4. A equipe paulista está em terceiro lugar, com 18.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *