49°C na Índia: calor extremo tornará impossível trabalho ao ar livre durante metade do ano

O governo indiano acaba de apresentar um relatório que mostra as consequências da onda de calor com temperaturas extremas que acaba de terminar no país. Foi o verão mais quente já registrado, com um número recorde de dias com temperaturas extremas. Projeções mostram que o país será um dos mais atingidos pelo aquecimento global, mas está lutando para tentar para proteger a população mais pobre dos efeitos das altas temperaturas.

A Índia registrou 203 dias de temperaturas extremas, um recorde em sua história. O número é cinco vezes maior do que o de 2021. Uma onda de calor é tecnicamente declarada quando as temperaturas baixas ultrapassam 45°C durante pelo menos dois dias consecutivos.

O governo indiano chegou a este número somando os diferentes dias extremos vividos em cerca de 20 regiões, de modo que pode haver várias ocorrências de onda de calor no mesmo dia. O norte do país é claramente o mais atingido, particularmente Rajasthan ou Punjab, na fronteira com o Paquistão, com cerca de 25 dias de temperaturas extremas em quatro meses, seis vezes mais do que em 2021.

Isto é parte de uma clara tendência de aquecimento global. Durante os últimos 50 anos, cada década tem sido mais quente e mais extrema do que a última. Entre 2010 e 2020, a Índia registrou o dobro de dias quentes do que nos dez anos anteriores.

E, este ano, o mercúrio subiu para 49°C, uma temperatura sem precedentes em Nova Délhi. Isto infelizmente segue as projeções do painel climático do IPCC da ONU, que adverte que o subcontinente indiano será uma das áreas mais afetadas pela mudança climática.

Urbanização descontrolada cria “ilhas de calor”

No caso extremo de um possível aquecimento global de 2°C será impossível trabalhar ao ar livre por mais da metade do ano em grande parte do país. Para responder a emergências como essa, o governo criou um plano de ação nacional de Saúde, que está demorando para ser implementado.

Em termos de adaptação, a tarefa é difícil: as autoridades têm que administrar a rápida migração urbana. Isto está sendo feito através da construção rápida de torres de concreto, que prendem o calor e, portanto, são equipadas com ar condicionado – mas estas máquinas liberam o calor para a cidade.

Os migrantes mais pobres, por outro lado, instalam-se em favelas, em habitações mal ventiladas, e são as primeiras vítimas dessas ondas de calor.

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