Charles do Bronx prevê nocaute no primeiro round em Islam

O podcast Mundo da Luta chegou à sua edição de nº 200 nesta semana, e uma ocasião especial merecia um convidado especial: Charles “do Bronx” Oliveira. O “campeão não oficial” do peso-leve do UFC conversou com Marcelo Russio, Adriano Albuquerque e Marcos Luca Valentim sobre diversos assuntos e ainda respondeu às perguntas dos fãs. Um dos tópicos mais falados, claro, foi a luta contra o russo Islam Makhachev pelo cinturão da categoria, marcada para o dia 22 de outubro em Abu Dhabi. Ouça clicando no player abaixo:

O lutador paulista se mostrou confiante que vai vencer o confronto rapidamente

Makhachev vem falando bastante sobre Do Bronx na mídia. Numa entrevista ao canal de TV americano “Espn”, o russo lembrou das declarações do brasileiro acerca de possíveis lutas contra Nate Diaz e Conor McGregor para alegar que o ex-campeão queria escolher seu adversário para evitá-lo. O brasileiro foi firme na resposta.

– Vamos fazer assim: pega minhas últimas 11 vitórias e pega suas 10 vitórias. Vê quem escolheu luta e quem deixou de escolher luta. É uma balança. Olha os nomes do Charles e olha os seus nomes. Aí você tira a sua conclusão. Charles do Bronx não é um nome feito não, irmão. A história dele não é montada, não. Nunca escolhi uma luta na minha vida. Falei do Conor mcGregor e vou falar de novo: se me falar, “Charles, quer lutar com Conor amanhã?” Eu vou falar: quero! A gente está falando de dinheiro. Vai botar muito dinheiro na minha conta. Ninguém é bobo. Pode perguntar pra qualquer lutador besta do UFC, “luta você e o Conor”, pra ver se eles não vão. O próprio Dustin Poirier fez isso, deixou a luta pelo cinturão pra lutar pelo dinheiro.

– Esses caras querem entrar na minha mente de alguma forma. Eles falavam que eu desistia, eu mostrei que não desisto. Falaram que eu não posso, mostrei que eu posso. Tentaram roubar meu cinturão e falei, “peraí, deixa eu mostrar como funciona”. Agora é isso que eles inventaram, que eu escolho lutas! Fala só os últimos quatro nomes que eu enfrentei, são caras ranqueados! Não são o 22º, 23º cara, não foi o cara que eles contrataram pra lutar. Acho que foi bem respondido, né, Islam? E quando eu não falo o seu nome, era porque era uma luta que não me interessava, eu tinha que falar da luta que me interessava. Mas vocês falaram tanto disso, queriam tanto isso, eu falei: eu queria a paz, vocês queriam guerra. Prazer, a guerra está chegando – disparo

Pode falar o que quiser do Conor, mas ele tem uma legião de fãs, então você vai ganhar mais seguidores, você vai aumentar o seu legado, seu nome vai crescer cada vez mais. O Conor foi um dos caras que mais vendeu pay per view no UFC, um cara que foi muito mais bem pago que milhares de outros caras, até que jogadores. A gente está falando de dinheiro, de legado e de história. Todo lutador tem o sonho de deixar um legado e uma história gigantesca. Isso não é de agora, estou há muito tempo pedindo esta luta.

Khabib Nurmagomedov

Ele se aposentou e eu respeito isso. Porém, quando ele era campeão, ele vendia luta sem falar, e hoje, depois que se aposentou, vem falando muito. Nunca falei de ninguém, porém, se for a vontade dele voltar a lutar, com certeza, por que a gente não pode falar? Show me the money! Quando a gente chega no nível da categoria que a gente chegou hoje, a gente tem que pensar muito no passo que vai dar, a gente tem que falar muito de dinheiro, e aí não preciso me meter, deixo a equipe se meter pra gente fazer acontecer. Acho que é uma luta que todo mundo queria ver acontecer. Mas respeito ele demais e creio que ele não volta mais a lutar. Porém, quem sabe, de repente!

Nova fase mais tranquila

Eu estou nessa vibe. Eu sei de onde saí, onde eu estou e onde eu quero chegar. Quero continuar mostrando pra essa molecada que um moleque que veio da favela para o mundo pode sim se tornar um grande campeão, fazer uma grande história, ganhar dinheiro, ter uma casa legal, sem pisar em ninguém, sem precisar fazer nada de errado. Esse é meu legado, pra isso que tenho que trabalhar. Já tive muito nervosismo; marcava minha luta, ficava suado, desesperado! Hoje não, estou tranquilão, estou sereno. Sei o quanto sou bom nisso, sei o que tenho que fazer.

“Peso” do cinturão

Desculpa, respeito todos esses caras, Anderson Silva, Kamaru Usman, Amanda Nunes, porém, não sei que peso é esse que eles estão falando, não. Essa é a realidade. Cada pessoa é de uma forma, todo respeito do mundo, porém, eu não tenho peso nenhum. Não sei o peso que eles tinham, como eles levavam isso, porém, eu, Charles Oliveira, não tenho peso nenhum. Não quero perder, e no dia que eu perder esse cinturão – e isso vai acontecer um dia, ninguém é invicto pro resto da vida – vocês nunca vão me ouvir dizer que eu tinha um peso nas minhas costas. Minha opinião é essa.

Desejo de ser ídolo

Eu não gosto de ficar nesse “timing” de “o quanto o nome do Charles está grande? O que o Charles vem fazendo?” Porém, acontece coisas como os mais velhos dizendo que eu sou o novo Ayrton Senna do Brasil. Mano, há quantos anos que o Senna faleceu e o nome do cara é pregado até hoje! Eu quero que isso aconteça comigo. Que daqui a 50 anos o Charles vá para o céu e as pessoas continuem falando o nome do Charles. Isso vai ser muito importante para mim, porque a gente está falando sobre legado. Os mais novos querendo ser o Charles. Os moleques dentro da favela que queriam ser o vagabundo, o ladrão, o traficante, hoje querem ser o Chales! Para isso que eu preguei minha vida inteira, que o cara podia sair dentro da comunidade pra ser um grande nome no esporte ou ser um grande trabalhador. Era isso que eu queria e está dando certo.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *