Análise: Botafogo vence o Goiás com apenas um remanescente de 2021
O gol que deu os três pontos ao Botafogo no 1 a 0 em cima do Goiás na última quarta-feira foi marcado pelo único jogador do time que esteve em campo na temporada passada. Pela primeira vez, Luís Castro começou uma partida apenas com jogadores que chegaram ao clube em 2022. Depois das duas substituições iniciais continuarem com o padrão, a terceira rompeu e ainda gerou o gol da vitória.
A entrada de Del Piage, aos 33 minutos do segundo tempo, pegou muita gente de surpresa. Sem jogar há mais de dois meses e sem ser relacionado desde a partida contra o Juventude, em Caxias do Sul, ele gerou questionamento do lotado setor visitante do Estádio da Serrinha. Mas calou os críticos com chute em um lance que muito lembrou o ano passado –
Foi contra o Confiança, em Aracaju, no dia 24 de julho do ano passado, que Romildo recebeu de fora da área para bater forte e surpreender muita gente pela primeira vez. O volante repetiu a dose em Goiânia, quase como para mostrar que o Botafogo deste ano não começou a ser construído apenas em 2022.
Mas era o que a escalação inicial indicava. Sem poder contar com Gatito (convocado), Lucas Fernandes (machucado) e Eduardo (suspenso), Luís Castro precisou mudar peças e um pouco do esquema também. A alteração no estilo de marcação e as entradas de Gabriel Pires e Lucas Piazon no meio de campo não surtiram tanto efeito.
O Botafogo apostou muito mais nos ataques pelo lado esquerdo, por onde Marçal e Victor Sá eram mais acionados. O lateral-esquerdo, inclusive, foi o jogador que mais acertou e errou passes na partida (52 e 25, respectivamente). A ideia de Luís Castro era atacar por ali, já que havia observado que era o trecho que gerava maior desconforto para o time dirigido pelo ex-técnico do Botafogo Jair Ventura.
– O Piazon deu mais profundidade no lado esquerdo e isso fez com que o Marçal pudesse aproveitar mais o lado também. Portanto, foi estratégico aproveitar mais esse lado esquerdo no primeiro tempo e continuar a fazer com a entrada do Jeffinho no segundo tempo
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Com a defesa adversária mais cansada, Jeffinho fez praticamente o que quis pelo lado esquerdo de ataque. Driblou, arrancou, apanhou (foi o jogador do Botafogo que mais sofreu faltas, três) e foi do pé dele que saiu o passe para o gol do remanescente volante.
Em um jogo com pouco brilho técnico, a eficiência defensiva de Adryelson se uniu à participação ofensiva de Tiquinho Soares para dar esperança à torcida alvinegra. Com um elenco mais robusto e recheado, é interessante ver no time do Botafogo a necessidade de não depender de apenas um jogador.
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As substituições de Luís Castro no time fizeram a diferença e mostraram a importância das contratações alvinegras – até porque ao menos quatro meio-campistas não puderam jogar – nas duas janelas. Com um elenco mais encorpado, o clube pode se dar ao luxo de ter um jogador jovem, liso e ensaboado como Jeffinho para o segundo tempo. Por mais que seja uma decisão questionável, no fim das contas, deu certo.
Apesar das consideráveis mudanças no meio de campo, não é porque venceu que o Botafogo convenceu. Nem sempre vai ser assim – é até mais difícil que seja tendo desfalques importantes no meio de campo. E tá tudo certo.
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A preocupação com a zona de rebaixamento parece ter ficado para trás com os nove pontos de vantagem. Com o objetivo inicial de permanecer na primeira divisão cada vez mais assegurado, já dá para pensar em voos maiores. Com o resultado, o Botafogo agora é o nono colocado e está a dois do América-MG, que fecha o G-8. A próxima missão, porém, será mais complicada, já que pega o líder Palmeiras, segunda-feira, às 20h, no Nilton Santos.