Ferramentas pré-históricas encontradas no Quênia têm origem misteriosa e intrigam arqueólogos

Às margens do Lago Vitória, no Quênia, uma equipe de arqueólogos encontrou 330 ferramentas de pedra de 2,9 milhões de anos, algumas das mais antigas já descobertas. A origem dos artefatos, no entanto, é um mistério: não se sabe qual espécie de hominídeo criou e usou os objetos.

Os cientistas responsáveis pela pesquisa disseram na quinta-feira (9) que encontraram três tipos de ferramentas no sítio arqueológico de Nyayanga: martelos e núcleos de pedra para triturar plantas, ossos e carne, e lascas afiadas para cortar carne. Esses artefatos são exemplos de um tipo de tecnologia da Idade da Pedra chamada de Olduvaiense.

Essa tecnologia:

  • Consiste em objetos feitos de pedra;
  • Foi revolucionária para os hominídeos da época;
  • Permitiu processamento de alimentos e expansão do cardápio;
  • Já foi encontrada em diversas regiões da África;
  • Foi utilizada por pelo menos 1 milhão de anos;
  • Chegou até a Geórgia e a China graças ao Homo erectus.

 

Acreditava-se que as ferramentas Olduvaienses eram utilizadas apenas por espécies pertencentes ao gênero Homo, um agrupamento que inclui nossa espécie e nossos parentes mais próximos. Entretanto, a recente descoberta colocou esta teoria em xeque.

Além dos artefatos, dois dentes foram encontrados em Nyayanga. Após análises, os arqueólogos concluíram que os molares são os fósseis mais antigos já localizados de um hominídeo do gênero Paranthropus.

“A associação dessas ferramentas de Nyayanga com o ‘Paranthropus’ pode reabrir o caso de quem fez as ferramentas Olduvaienses mais antigas. Talvez não apenas os ‘Homo’, mas outros tipos de hominídeos estivessem processando alimentos com a tecnologia”, disse Thomas Plummer, principal autor da pesquisa, à Reuters.

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