Moradores denunciam que traficantes de comunidade da Ilha cobram taxas de segurança que variam de R$ 20 a R$ 500

Na tentativa de aumentar o poderio bélico, traficantes da comunidade Boog Woogie, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio, têm usado de táticas antes oriundas da milícia, segundo denúncias de moradores e comerciantes. Eles afirmam que estão sendo obrigados a pagarem taxas de gás, “gatonet” e até de segurança.

Quem não concorda em quitar as mensalidades estão sofrendo represálias: como agressões físicas e até de serem expulsos de suas casas.

O responsável por impor essas cobranças, segundo as denúncias, seria o traficante Fábio Corrêa de Andrade, conhecido como Neguinho.

Fábio Corrêa de Andrade, o Neguinho — Foto: Reprodução

Além da exploração de taxas ilegais de gás, segurança, sinal de TV a cabo clandestina, Neguinho também teria aumentado o valor dos “cabritinhos” – transporte alternativo que roda dentro da favela – e o preço de uma marca de cigarro falsificado que ele permite que seja comercializado na localidade.

A comunidade Boog Woogie, que tem cerca de 4 mil residências, atualmente, tem cerca de 15 mil moradores e e fica as margens da Baía de Guanabara.

Moradores da região, ouvidos pelo g1, dizem que os traficantes impedem que empresas de internet e TV a cabo entrem na localidade.

Morador de comunidade na Ilha do Governador denuncia cobrança de taxas pelo tráfico

Segundo moradores ouvidos pelo g1, além do aluguel, taxa de segurança, gás e o ‘gatonet’, comerciantes têm que pagar uma taxa mensal do faturamento.

“Com venda ou sem vendas somos obrigados a repassar o dinheiro. A comunidade toda passa por isso, está insustentável viver aqui”, diz um deles.

De acordo com algumas testemunhas, alguns moradores da comunidade teriam sido expulsos por não aceitarem pagar taxas para os traficantes.

Nas redes sociais é comum traficantes postarem vídeos armados dentro da comunidade.

Traficantes armados no baile da Nigéria, no Boog Woogie — Foto: Reprodução

Atualmente, o tráfico estaria cobrando entre R$ 50 e R$ 60 para a instalação do ‘gatonet’ e cerca de R$ 40 mensais para a manutenção do sinal. Além disso, os bandidos cobrariam entre R$ 20 e R$ 500 de taxa de segurança de comerciantes locais. O preço varia de acordo com o estabelecimento.

Fábio Corrêa seria um dos últimos remanescentes da quadrilha do traficante Fernando Gomes de Freitas, o Fernandinho Guarabu, chefe do tráfico do Morro do Dendê, e que acabou sendo morto em 2019 durante uma operação da Polícia Militar na Ilha do Governador.

Atualmente, segundo o Banco Nacional de Mandados (BNMP) de prisão expedidos para o traficante. De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio, Neguinho tem uma extensão ficha criminal, com crime como: tráfico de drogas, associação e organização criminosa, corrupção, extorsão, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

No entanto, Neguinho segue foragido.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *