Prefeito diz que Ribas teve ‘boom’ econômico com fábrica bilionária e vive ritmo de ‘cidade grande’

A fábrica da Suzano de Ribas do Rio Pardo promete entrar em  neste primeiro semestre de 2024, mas as mudanças na cidade já estão acontecendo desde o anúncio do megaempreendimento. A economia do município disparou e o orçamento de 2023 foi de R$ 305 milhões.

Midiamax conversou com o Prefeito de Ribas do Rio Pardo, João Alfredo Danieze (PT). O Chefe do Executivo comentou sobre os ‘prós e contras’ da instalação de uma fábrica de celulose na cidade. Afinal, com um megaempreendimento, não é só a economia que aumenta. As demandas por educação, saúde, segurança, moradia e outros setores também crescem.

 

A Fábrica da Suzano, denominada Projeto Cerrado, será a terceira indústria de celulose de Mato Grosso do Sul. Anunciada em maio de 2021, o investimento foi R$ 19,3 bilhões e no pico das obras em 2023, o empreendimento gerou 11 mil empregos diretos.

O prefeito de Ribas do Rio Pardo disse que a cidade mudou completamente. Ele explica que novos comércios, hotéis e imóveis foram construídos, mudando o estilo de vida dos moradores. Abrigando milhares de novos moradores, o pacato município, agora segue em ritmo de ‘cidade grande’

“No pico das obras da fábrica, recebemos 11 mil trabalhadores. A maioria não permanece na cidade, mas hoje em dia Ribas do Rio Pardo tem 6 mil novos moradores e acredito que, nos próximos anos, o número deve passar dos 10 mil”, disse João Alfredo.

 

Com os novos moradores, a economia local melhorou. Os comerciantes estão satisfeitos com o movimento do comércio. Ribas do Rio Pardo tinha a previsão de arrecadar R$ 200 milhões e conseguiu atingir a meta de R$ 305 milhões no ano passado.

Os números econômicos são positivos, mas como ‘nem tudo são flores’, com o aumento populacional, sucessivamente, serviços como educação, saúde e segurança também crescem, necessitando ser realizado um trabalho com os impactos sociais que o grande empreendimento levou para a cidade.

Com o aumento na procura, o valor dos imóveis aumentou em 200%, de acordo com o prefeito. Alugueis que os moradores locais costumavam pagar em média R$ 600, subiram para R$ 2,5 mil.

“Os moradores locais que viviam de aluguel foram atingidos. Hoje em dia, temos aproximadamente 400 pessoas que não tiveram como pagar e estão nas vias públicas do município. Nos últimos anos, não tivemos a ajuda do Governo Federal, mas agora estamos negociando a construção desses imóveis. O município já disponibilizou até a área para serem construídas. Nossa intenção é construir 4 mil novos imóveis pelo programa Minha Casa Minha Vida”, adiantou.

Ainda segundo o prefeito, demandas com educação, saúde e segurança estão ‘controladas’ já que segundo o município tem recebido ajuda do Governo do Estado na construção de novos centros educacionais e aumento no efetivo policial e mais .

“Tivemos aumento de 35% de novos alunos, mas estamos construindo novos centros educacionais. Na saúde, contávamos antigamente com 14 médicos e hoje temos 53 profissionais. Na segurança, apesar do aumento de moradores de rua, não tivemos grande crescimento nos crimes, já que o Governo Estado aumentou o efetivo policial no município”.

Além do aumento da demanda nos setores citados acima, outro fator que cresceu disparadamente foi o número de veículos em Ribas do Rio Pardo. Ainda de acordo com o prefeito, o trânsito já não pode mais ser considerado ‘tranquilo’.

“Muitas pessoas vieram para a cidade com os seus automóveis e o trânsito de Ribas do Rio Pardo não é mais o mesmo. A cidade não tinha semáforo e hoje em dia já temos. O número de acidentes nas rodovias, principalmente na BR-262, também aumentou. Tenho me reunido com o governador Eduardo Riedel-  para discutirmos o assunto. Por ser uma rodovia federal, ele também tem se reunido com ministros buscando a possibilidade de fazer a duplicação para desafogar o trânsito”.

Prevista para entrar em operação ainda neste semestre, a nova fábrica – que será a unidade mais competitiva da Suzano –, vai produzir 2,55 milhões de toneladas de celulose de eucalipto por ano, empregando 3 mil pessoas, entre colaboradores próprios e terceiros, nas áreas florestal e industrial, e movimentando toda a cadeia econômica da região.

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