PF apreendeu celulares em ação contra grupo que ameaça cortar Mais Social de quem não votar no PSDB

A Operação Clean Suffragium cumpriu dois mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira (18). Os agentes da Polícia Federal apreenderam computadores e celulares na ação contra ameaças para angariar apoio ao PSDB nas Eleições de 2024 em Nioaque, a 171 quilômetros de Campo Grande.

A ação investiga suposto esquema de ameaças a beneficiários do programa Mais Social, do governo do Estado, em troca de participar de reuniões políticas do candidato Dr. Juliano, do PSDB, que tem apoio atual prefeito do município, Valdir Júnior (PSDB). A Polícia Federal e o MPE (Ministério Público Eleitoral) atuaram em conjunto para prevenir a coação de eleitores.

Em nota, a PF informou que “durante as investigações foi apurado que um servidor do governo do Estado estaria ameaçando cancelar benefícios sociais de eleitores que não votassem em determinado candidato, ou que estivessem participando da campanha de seu adversário”.

Coordenador de campanha do PSDB

Conforme apurado pela reportagem do Jornal Midiamax, o alvo da investigação seria o coordenador do programa em Nioaque, Taliel Vargas Couto de Souza, que também é primo do atual prefeito.

 

Então governador em 2018, Reinaldo Azambuja, atual presidente regional do PSDB em MS, nomeou Taliel.

Assim, informações são de que, através do cargo, Taliel estaria ameaçando cortar benefício de pessoas em situação de vulnerabilidade, uma delas uma indígena, caso não participassem de reuniões políticas do candidato do PSDB, Dr. Juliano.

De acordo com apurado pela reportagem, as equipes da PF estiveram na sede do órgão apreendendo documentos e equipamentos.

Agentes da PF apreendem documentos na unidade do Mais Social, em Nioaque (Fala Povo, Jornal Midiamax)

Três denunciantes teriam formalizado as denúncias junto ao MP (Ministério Público). Uma delas afirma que Taliel a chamou e disse que ‘dava tempo de mudar’ de lado, para ela não perder o benefício

Até mesmo uma liderança indígena denunciou. Segundo ela, o coordenador teria dito que ela já estava fora do programa. Porém, ela ligou na central do programa, em Campo Grande, que informou que o cadastro estava certo.

As promotorias responsáveis já teriam ouvido as denunciantes antes da ação da PF.

Investigado nega acusação e fala em denúncias eleitoreiras

À reportagem, o advogado de Taliel, Herberth Lima, enviou nota, confira na íntegra:

“Em verdade são falsas as acusações que deram origem a busca e apreensão . Tudo não passa de Derivação politica municipal, onde a ex-agente do vale renda hoje é candidata a vereadora da lado da oposição e declarada desafeta do Sr. Taliel. Reiteramos a total ausência de veracidade das denuncias colocadas em discussão. Durante a instrução criminal estaremos esclarecendo todos os fatos e colocamo-nos a disposição da justiça eleitoral para eventuais esclarecimentos”.

Já o candidato Dr. Juliano disse não ter conhecimento sobre a ação policial. “Desconheço essa ação policial. Qualquer tentativa de relação com a nossa campanha majoritaria é mera ilação. Defendemos uma campanha limpa e propositiva onde o nosso alvo é o cidadão e a cidadã que merecem respeito , estamos fazendo uma campanha eleitoral com muita atenção as necessidades da população de Nioaque“.

O Governo do Estado, responsável pelo programa Mais Social, também se manifestou sobre o caso. “O Governo de Mato Grosso do Sul informa que tão logo seja concluído o processo de apuração, tomará as devidas providências no estrito cumprimento da lei”.

A reportagem também procurou o prefeito Valdir Júnior, que disse que não irá se pronunciar no momento. “No momento, não tenho conhecimento do teor dos fatos. Vou aguardar o desenrolar dos acontecimentos para me pronunciar”, declarou.

Além disso, a reportagem tentou contato com Taliel, mas as ligações foram recusadas e as mensagens não foram respondidas.

O presidente estadual do PSDB, Reinaldo Azambuja, foi acionado para emitir posicionamento, com mensagens devidamente documentadas. No entanto, não se manifestou.

Midiamax ainda acionou o partido através do e-mail oficial divulgado no site da sigla. No entanto, não obtivemos resposta.

O espaço segue aberto e posicionamentos podem ser acrescentados após a publicação do texto.

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