Guardada a sete chaves em Bioparque, píton amarela sai da toca para surpreender visitantes
Originária do sudeste asiático, uma estonteante píton albina é a nova atração do Bioparque Pantanal. Antes usada em atrações circenses, a cobra foi apreendida pela PMA (Polícia Militar Ambiental) e ganhou morada no complexo de aquários em Campo Grande (MS). O animal ainda não tem nome e uma enquete será realizada para definir seu apelido.
A píton “trabalhava” no mesmo circo que a jiboia Rachel Carson, exposta no Bioparque desde março deste ano. As duas, no entanto, foram libertadas da exploração circense há quase dois anos, em março de 2023, quando ainda eram filhotes e viviam no espetáculo instalado na cidade de Amambai (MS).
Na ocasião, os responsáveis foram multados e as serpentes “alforriadas” pela polícia. Por terem crescido domesticadas, as cobras ficaram impossibilitadas de retornar à natureza e ganharam abrigo e cuidados no Bioparque de Campo Grande dias após o resgate.
Vale lembrar que o uso de qualquer animal em apresentação é proibido em Mato Grosso do Sul, de acordo com a lei estadual 3.642/2009.
Píton esteve guardada a sete chaves por quase dois anos
Apesar de terem chegado juntas ao aquário após apreensão da PMA, as cobras levaram períodos diferentes para se adaptarem e ficarem prontas para a exposição no circuito. Além disso, o recinto da jiboia Rachel era menos complexo para ser montado, enquanto o da píton precisou de uma elaboração mais minuciosa, já que não se trata de uma espécie presente na fauna brasileira. Assim, recriar seu habitat natural foi um desafio.
Ao Jornal Midiamax, o Bioparque Pantanal detalha com exclusividade como a píton se comportou durante esses quase dois anos em que esteve guardada a sete chaves nos interiores do complexo.
“Desde a sua chegada ao empreendimento, o animal apresentou comportamento dócil e tolerância à presença dos cuidadores. Aceitou bem as presas oferecidas e apresentou sinais de boa adaptabilidade ao novo ambiente. Foram realizados trabalhos nas áreas da nutrição e bem-estar animal, assim como a elaboração de protocolo de manejo específico para a espécie, sendo esses resultados importantes para atuarem como modelo em outros empreendimentos de fauna”, detalha a diretoria ao MidiaMAIS.
No mesmo período, a serpente teve crescimento de aproximadamente 1,30 metros, ou seja, dobrou de tamanho. “Atualmente, o animal mede 2,60 metros, podendo atingir comprimento máximo de até 9 metros. A expectativa é que com a sua transferência para o recinto de exposição, ela apresente curva acentuada de crescimento”, presume o complexo.
Apesar de suas grandes dimensões, com 2,6 metros e cerca de 10 kg, a píton do Bioparque Pantanal pode ser considerada uma jovem serpente. Os biólogos estimam que ela tenha aproximadamente três anos de vida. Em cativeiro, esse animal pode viver até três décadas.
Mais sobre a espécie
O exemplar que será exposto no Bioparque faz parte da família Python bivittatus, originária do sudeste asiático. A espécie pode ser encontrada em florestas tropicais e subtropicais, assim como em áreas de pastagens e pântanos.
“São excelentes nadadoras e alimentam-se de grandes vertebrados, incluindo mamíferos, anfíbios e aves. Fazem a postura de seus ovos dentro de cascas de árvores e cada ninhada pode atingir mais de 100 ovos”, acrescenta o complexo.
Além disso, as pítons não são venenosas e podem até ser criadas em casa se os interessados seguirem toda uma documentação para viabilizar e legalizar a presença do cobra, considerada dócil, em ambiente doméstico. Em Campo Grande mesmo há moradores que criam pítons albinas certificadas pelo Ibama em suas residências.
O que a píton come no Bioparque?
No Bioparque, a cobra da espécie tem se alimentado quinzenalmente através da oferta de presas como roedores e lagomorfos (coelhos), com peso ideal para manutenção de seu crescimento e seguindo protocolo estabelecido pelo Setor de Nutrição do local.
“As presas são provenientes de biotério com certificação em sanidade, nutrição e bem-estar animal”, garante o empreendimento de fauna.
Como será sua casa
O recinto da Píton começou a ser construído no Bioparque Pantanal há um mês. No meio do circuito, uma estrutura de vidro semelhante à da jiboia Rachel Carson foi montada, só que em proporções muito maiores, pois essa cobra precisa de mais espaço.
Há semanas, o ponto turístico faz mistério sobre a “novidade” e aguça curiosidade do público a respeito do que será apresentado nos próximos dias. Visitantes que passearam pelo complexo recentemente, inclusive, já notaram a grande caixa escondida e ficaram com a pulga atrás da orelha querendo saber o que vem por aí.
“Para atender os parâmetros de bem-estar do animal, o recinto seguirá todas as normas do Ibama, com enriquecimento estrutural físico, presença de substrato, plantas naturais, toca, umidificador e área úmida simulando o ambiente natural da espécie. O espaço também contará com sistema de aclimatação para controlar a temperatura do recinto e lâmpadas UVA e UVB”, destaca o empreendimento sobre os elementos da nova casa da píton.
Píton nos bastidores…
De acordo com o Bioparque Pantanal, a serpente possui comportamento dócil quando fica entre os biólogos e veterinários que cuidam de sua saúde há quase dois anos. Ainda assim é preciso cuidado, conforme explicam os profissionais.
“Por se tratar de um animal silvestre potencialmente perigoso, seu manejo é realizado por técnicos devidamente treinados, seguindo protocolo de segurança estabelecido pelos setores de sanidade e bem-estar animal”, ressalta o ponto turístico.
Como ela vai se chamar e quando poderá ser vista?
Embora já viva há um bom tempo no Bioparque, a píton ainda não ganhou um nome. Segundo informado à reportagem, o complexo fará uma enquete popular para definir sua alcunha – é o público quem decidirá como o animal vai se chamar. Contudo, as opções de nomes ainda não foram reveladas.
Por fim, quem já está ansioso para ver a cobra de perto precisará aguardar mais um pouquinho, já que o Bioparque Pantanal não confirma uma data para a inauguração do recinto. O evento de abertura, no entanto, deverá ocorrer já nos próximos dias ou semanas.