Justiça mantém prisão de ex-secretário réu por corrupção em prefeitura do PSDB

Após suspender todas as decisões da Operação Velatus e redistribuir o processo, o juiz da comarca de Terenos, Valter Tadeu Carvalho, manteve a prisão preventiva de Isaac Cardoso Bisneto. Ele é ex-secretário de obras e está preso desde o dia 13 de agosto, quando o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) desmantelou esquema de desvio de dinheiro de obras no município, administrado pelo prefeito Henrique Budke (PSDB).

Assim, o magistrado considerou que “As razões invocadas para decretação da prisão preventiva continuam presentes, até porque não houve qualquer alteração fática após a mencionada decisão, de modo que permanecem válidos os fundamentos lá expostos“.

Vale ressaltar que um pedido de revogação de prisão havia sido negado no início do mês pela 3ª Câmara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

 

Exoneração dias antes de operação levantou suspeita de vazamento

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MPMS revelou esquema de corrupção na gestão do prefeito do PSDB de Terenos, Henrique Budke (Nathália Alcântara, Jornal Midiamax)

“O que dá a entender? Que tinham informação privilegiada, sabiam que iam vir, por isso pediu exoneração”, dispara o vereador Clayton Cleone Melo Welter (PP) sobre saída do secretário de obras do município, Isaac Cardoso Bisneto. Segundo Caco, que é 1º secretário da Câmara, Isaac saiu dez dias antes da Operação Velatus, que revelou esquema de corrupção durante a gestão do PSDB em Terenos.

Consta no Diário Oficial do município, do dia 2 de agosto, exoneração a pedido do secretário. O prefeito Henrique Wancura Budke (PSDB) assinou a exoneração. O cargo do primeiro escalão da gestão tucana é uma nomeação política e considerado de confiança do prefeito.

Jornal Midiamax questionou o Gaeco sobre o possível vazamento de informações e se as denúncias seriam investigadas. Contudo, não houve retorno até a publicação desta matéria.

Promotor afirma que Isaac frequentou prefeitura para ajudar empreiteiro

Em 12 de agosto, Isaac foi acionado por um homem, que alegou falta de resposta de Katiane.

Em seguida, encaminhou três documentos: boletim de medição, resumo do empreendimento e relatório de execução de serviços. Para a promotoria, os documentos evidenciam que eles “trataram de assuntos relacionados à pasta da Secretaria de Obras do município de Terenos”.

(Foto: Reprodução MPMS)

Após, Isaac disse ainda que tentaria ir à Prefeitura de Terenos ‘para falar’. As mensagens foram trocadas em 12 de agosto, um dia antes da operação.

Ou seja, Isaac pretendia visitar o Executivo em 13 de agosto — dia da operação e prisão dele. “A resposta de Isaac Cardoso Bisneto evidencia que o investigado permanecia atuando junto à Secretaria de Obras”, apontou a promotoria.

Além disso, a promotoria anexou trechos de conversas de Isaac com outro investigado na operação. Em conversa com Sansão Inácio, Isaac foi solicitado na secretaria para resolver questões da pasta.

Já em conversa com Katiane, “a servidora em questão solicita, em diferentes oportunidades, a assinatura e o comparecimento do investigado”, apontou a promotoria de Terenos.

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