Bolsonaro diz que governo faz ‘busca incansável’ por desaparecidos na Amazônia

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (10), durante a IX Cúpula das Américas, em Los Angeles (EUA), que o governo brasileiro faz “busca incansável” pelo jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista brasileiro Bruno Pereira, desaparecidos desde domingo (5) na Amazônia.

O governo brasileiro tem sido alvo de pressão internacional por mais empenho nas buscas por Phillips e Pereira.

Mais cedo nesta sexta, o Alto Comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos pediu ao governo brasileiro que “redobre” os recursos e esforços disponibilizados nas operações de buscas.

A porta-voz da agência da ONU, Ravina Shamdasani, criticou a demora do governo brasileiro para iniciar as buscas.

“Desde o último domingo, quando tivemos informação que dois cidadãos – um britânico, Dom Phillips, e um brasileiro, Bruno Araújo – desapareceram na região do Vale do Javari, desde o primeiro momento, naquele mesmo domingo, nossas Forças Armadas e a Polícia Federal têm se destacado na busca incansável da localização dessas pessoas. Pedimos a Deus que sejam encontrados com vida”, disse Bolsonaro.

No discurso, Bolsonaro afirmou que a cúpula é oportunidade para tratar de desafios do pós-pandemia, do desenvolvimento sustentável, da democracia e dos direitos humanos.

“Estamos atentos aos problemas econômicos que afetam o mundo, como inflação e o desemprego. E, principalmente, ao bem mais precioso para o ser humano, a sua liberdade, aí incluídos a liberdade de expressão, de trabalho e de culto religioso”, disse Bolsonaro.

Programação

A programação da Cúpula das Américas começou na segunda (6). A primeira sessão plenária com chefes de Estado aconteceu nesta quinta (9), e a segunda, nesta sexta (10).

Alguns líderes de países do continente, no entanto, não participaram. Os Estados Unidos excluíram Cuba, Nicarágua e Venezuela, por exemplo, e o México decidiu não participar.

Encontro com Biden

Bolsonaro desembarcou nos Estados Unidos nesta quinta (9) e se reuniu com o presidente Joe Biden. O presidente brasileiro apoiou a reeleição de Donald Trump, derrotado por Biden.

Este foi o primeiro encontro de Bolsonaro com Biden e, antes da reunião privada, o presidente brasileiro disse a Biden sentir que “por vezes” a soberania da Amazônia é ameaçada.

Em 2020, durante a eleição americana, Biden disse que, se eleito, iria propor o repasse de recursos da comunidade internacional para o Brasil proteger a Amazônia. Semanas depois, Bolsonaro disse, ao se referir à região, que “quando acaba a saliva, tem que ter pólvora“.

Antes da fala de Bolsonaro, nesta quinta-feira, Biden disse a ele que o Brasil fez “sacrifícios reais” para proteger a Amazônia e que o restante do mundo deveria ajudar a financiar a preservação da floresta.

Para Joe Biden, preservar a Amazônia é uma “responsabilidade internacional” porque o mundo se beneficia da proteção da floresta.

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