No dia do ataque ao Congresso dos EUA, Trump tentou ir até o Capitólio, foi impedido por seguranças e atacou agente, diz ex-assistente
Uma ex-assistente da Casa Branca revelou, nesta terça-feira (28), na comissão do Congresso americano responsável por investigar a invasão do Capitólio em janeiro de 2021, que o então presidente Donald Trump tentou se juntar aos seus apoiadores que atacavam o Congresso para tentar impedir a certificação da vitória de Joe Biden nas eleições (veja mais no vídeo acima).
Irritado ao saber que não poderia participar da ação, Trump tentou assumir o volante de uma limusine do Serviço Secreto (grupo de seguranças dos presidentes dos EUA) para se dirigir ao Capitólio. Pouco antes, o então presidente havia feito um discurso perto da Casa Branca durante o qual pediu que partidários marchassem até a sede do legislativo americano
Cassidy Hutchinson afirmou que Trump disse a um agente: “Eu sou a p* do presidente, me leve para o Capitólio agora”. Após entrar na limusine e ouvir que não seria conduzido ao local, o então presidente teria respondido furiosamente.
Foi então que, ainda segundo Hutchinson, um agente tentou conter fisicamente o ex-presidente, que reagiu atacando o pescoço do homem.
Em uma rede social, Trump negou a tentativa de assumir a direção do carro. “A história fake contada por ela [a ex-assistente] de que eu tentei assumir o volante da limusine da Casa Branca para ir ao Capitólio é ‘doente’ e fraudulenta”, escreveu ele.
Os invasores acreditavam no discurso de Trump, de que as eleições tinham sido fraudadas, sem reconhecer sua derrota. Além do rastro de destruição, no pior ataque ao Congresso americano desde a Guerra de 1812, quatro pessoas morreram durante a confusão, e um policial do Capitólio, atacado pelos invasores, faleceu no dia seguinte.
Mais de 700 pessoas já foram presas e indiciadas por causa do tumulto, mas a lista cresce sem parar — o FBI acredita que pelo menos 2 mil estiveram envolvidas
Detectores de metais
Também no depoimento desta terça, Cassidy Hutchinson declarou que Tramp expressou raiva com o Serviço Secreto por causa dos detectores de metal que haviam sido colocados perto da área onde ele fez um discurso naquele dia.
“Tirem as m* dos detectores daqui. Eles não estão aqui para me machucar”, teria dito Trump naquela manhã, segundo a ex-assistente, em referência aos manifestantes armados.
Os detectores de metal estão em operação em prédios do governo americano e em eventos externos em Washington para proteger autoridades e turistas.