Mulher de Glaidson comanda a quadrilha dos EUA, diz PF

A venezuelana Mirelis Zerpa entrou na lista de procurados da Interpol nesta quinta-feira (11).

De acordo com investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, a mulher de Glaidson Acácio dos Santos comanda o esquema da quadrilha dos Estados Unidos desde agosto de 2021, quando a operação Kryptos foi deflagrada.

Ela também é responsável por dar suporte remotamente à candidatura política de Glaidson. Mesmo preso na Cadeira Pública Joaquim Ferreira de Souza, Glaidson lançou a candidatura à deputado federal pelo PSC.

Mirelis entrou nos Estados Unidos, em 2021, dias antes da operação Kryptos. Em julho do ano passado, ela obteve visto de estudante para curso na Universidade de Atlanta.

Segundo investigações, o documento foi obtido com o auxílio do brasileiro Ricardo Rodrigo Gomes, conhecido como Piloto. Ele já foi condenado por tráfico de cocaína para os Estados Unidos durante os anos 1980 e estar ligado ao traficante colombiano Pablo Escobar.

No dia seguinte à operação que prendeu Glaidson, Mirelis sacou R$ 1 bilhão. Seus advogados contam que foi para pagar dívidas. Para os investigadores foi para manter o negócio ativo. Em 11 de dezembro, mesmo já sendo considerada foragida, Mirelis enviou dez bitcoins, que na época, era o equivalente a R$ 2 milhões, para a irmã, a venezuelana Noiralis.

Os investigadores tem informações de que dos Estados Unidos, Mirelis coordenou o pagamento a clientes que investiram na GAS, a empresa de Glaidson que gerenciava as aplicações de clientes em criptomoedas.

Empresa nos Estados Unidos

As investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal que resultaram na operação Flyer One – a quarta fase da operação Kryptos – deflagrada, nesta quinta-feira (11) descobriu que meses antes de ser preso Glaidson já arquitetava os investimentos do grupo nos Estados Unidos.

Em fevereiro do ano passado, Piloto informou ao faraó dos bitcoins que estava abrindo uma empresa em território americano: a BG&GAS.

A BG&GAS em nome de sua filha, Bryne Gomes. Glaidson entrou como sócio da empresa com 49% das ações. Os investigadores suspeitam que, atualmente, Mirelis esteja operando a BG do exterior.

A 3ª Vara Federal Criminal do RJ encaminhou os nomes de Mirelis, Piloto e Bryne para integrarem a lista de procurados da Interpol.

Histórico

Glaidson havia sido preso em agosto de 2021 por crimes contra o sistema financeiro nacional, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Houve ainda outros dois mandados de prisão contra ele, sendo um como mandante de um assassinato e outro pela tentativa do crime.

Também naquele mês, a juíza Juliana Bessa Ferraz Krykhtine, da 4ª Vara Criminal, de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, expediu um mandado de prisão contra Glaidson por estelionato.

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