Análise: Corinthians passa zerado após mais de um mês em noite de Cássio e “formiguinhas”

Um mês e sete jogos depois, o Corinthians voltou a terminar uma partida sem sofrer gols – isso não acontecia desde o duelo contra o Botafogo, em 30 de julho . A força defensiva apresentada na vitória por 1 a 0 sobre o Bragantino, apesar dos sustos sofridos no segundo tempo, garantiu três pontos importantes para a equipe, que segue como a única a se manter no G-4 durante todo o Brasileirão.

Com justiça, muitos colocarão o resultado na conta de Cássio, autor de grandes defesas, principalmente na etapa final. Vivendo grande fase, o goleiro lida agora com o outro lado do extremismo típico dos dias em que vivemos. Há alguns meses, ele era alvo de contestações e até inaceitáveis ameaças. Agora, há quem julgue inconcebível a ausência dele na Copa do Mundo, daqui a menos de três meses.

O brilho de Cássio acabou por ofuscar outros jogadores que não tiveram o mesmo protagonismo, mas desempenharam papeis de “formiguinhas”, ajudando muito com e sem a bola. O maior destaque nesse quesito foi Fausto Vera.

O argentino teve diante do Bragantino a sua melhor atuação pelo Corinthians. Parecendo estar presente em todas as partes do campo, ele recuperou nada menos do que 21 bolas e ainda qualificou a saída de bola alvinegra e ofereceu opção na entrada da área.

Para a noite de Fausto ser perfeita, só faltou caprichar um pouco mais nos chutes de fora da área, um de seus pontos fortes nos tempos de Argentino Juniors, mas que ainda não apareceu neste primeiro mês

Companheiro dele no meio de campo, Du Queiroz também foi importante. Como de costume, ele correu muito para fechar espaços e chegar à frente, e esteve perto de marcar seu primeiro gol no Brasileirão. Aos 12 do segundo tempo, ele recebeu ótimo passe de Róger Guedes e carimbou o travessão.

Fagner e a dupla de zaga formada por Balbuena e Gil também merecem menção pelo serviço silencioso numa partida que poderia ter sido menos sofrida para o time da casa.

O duelo contra o Bragantino foi aberto desde o começo, mas o Corinthians teve mais as rédeas do jogo no primeiro tempo, com maior posse de bola e avançando seus jogadores para pressionar no campo adversário.

Não fossem erros de passe (foram 56 só no primeiro tempo) e finalização, a equipe de Vítor Pereira poderia ter ido para o intervalo com saldo melhor do que o 1 a 0 obtido com Gustavo Mosquito – outra formiguinha importante desse elenco.

É verdade que o Bragantino também teve chances, a maioria em remates da entrada da área, setor no qual Hyoran tinha espaço para jogar.

O cenário, porém, se agravou muito no decorrer do segundo tempo, quando o Corinthians perdeu fôlego e começou a dar campo para os visitantes.

Com as entradas de Ramiro e Mateus Vital nos lugares de Renato Augusto e Róger Guedes, o Timão perdeu qualidade e não conseguiu compensar em vitalidade. A bola era devolvida com rapidez para o Bragantino, que passou a povoar a área de Cássio e cruzar bolas com frequência.

Quando Gustavo Mosquito pediu para sair, Vítor Pereira foi pragmático e colocou mais um zagueiro em campo, Bruno Méndez.

Corinthians terminou a partida com menos finalizações (14 x 15) e menos posse de bola (49% x 51%) do que o adversário, mas mostrou a resiliência habitual em Itaquera, que o faz ser o melhor mandante do Brasileirão.

Agora, com a tão aguardada semana livre para trabalhar e também para recuperar jogadores que estão machucados, espera-se um Corinthians ainda mais forte para a reta final da temporada.

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