Após 2 quedas seguidas, setor de serviços cresce 2,4% em novembro

Após dois meses seguidos de queda, o volume de serviços prestados no Brasil cresceu 2,4% em novembro, na comparação com outubro, se recuperando da perda acumulada de 2,2%, mostram os dados divulgados nesta quinta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Com o resultado de novembro, o setor ficou 4,5% acima do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020, mas está 7,3% abaixo do recorde alcançado em novembro de 2014”, destacou o IBGE.

 

No comparação com novembro de 2020, o volume de serviços avançou 10%, a nona taxa positiva consecutiva.

Volume de serviços mês a mês — Foto: economia g1

Volume de serviços mês a mês — Foto: economia g1

Alta de 9,5% em 12 meses

 

No acumulado em 2021 até novembro, o volume de serviços avançou 10,9% frente a igual período do ano anterior. Em 12 meses, registra alta de 9,5%, contra 8,2% em outubro, alcançando a maior taxa da série histórica, iniciada em dezembro de 2012, salto que é explicado principalmente pelo tombo do setor em 2020.

“Esta recuperação do mês de novembro coloca o setor no maior patamar dos últimos seis anos, igualando-se ao nível de dezembro de 2015″, afirmou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

 

Já o índice de média móvel trimestral ficou estagnado (variação zero) no trimestre encerrado em novembro.

Volume de serviços acumulado em 12 meses — Foto: Economia g1

Volume de serviços acumulado em 12 meses — Foto: Economia g1

Destaques de novembro

 

O avanço de 2,4% em novembro foi acompanhado por quatro das cinco atividades pesquisadas, com destaque para serviços de informação e comunicação (5,4%), com destaque para o segmento de tecnologia da informação, que saltou 10,7% e se encontra 47,4% acima do patamar pré-pandemia em meio a busca das empresas por uma maior digitalização.

“Nessa atividade, sobressai principalmente os segmentos de portais, provedores de conteúdo e ferramentas de busca da internet; desenvolvimento e licenciamento de softwares e consultoria em tecnologia da informação”, destacou Lobo.

As demais expansões vieram de transportes (1,8%), de serviços prestados às famílias (2,8%) e de outros serviços (2,9%).

A única taxa negativa do mês ficou com o setor de serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,3%), a quarta queda consecutiva, acumulando perda de 3,7%.

Os serviços prestados às famílias avançaram pelo oitavo mês seguido, acumulando um crescimento de 60,4%, mas ainda insuficiente para voltar ao patamar pré-pandemia. “O segmento está operando num nível 11,8% abaixo de fevereiro de 2020”, explicou o pesquisador.

 

Veja o resultado dos subgrupos de cada grande atividade

 

  • Serviços prestados às famílias: 2,8%
  • Serviços de alojamento e alimentação: 2,8%
  • Outros serviços prestados às famílias: 0,4%
  • Serviços de informação e comunicação: 5,4%
  • Serviços de tecnologia da informação e comunicação (TIC): 5,6%
  • Telecomunicações: 1,4%
  • Serviços de tecnologia da informação: 10,7%
  • Serviços audiovisuais: 1,4%
  • Serviços profissionais, administrativos e complementares: -0,3%
  • Serviços técnico-profissionais: -1,9%
  • Serviços administrativos e complementares: 1,1%
  • Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio: 1,8%
  • Transporte terrestre: 0,7%
  • Transporte aquaviário: 1,6%
  • Transporte aéreo: 7,6%
  • Armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio: 1,6%
  • Outros serviços: 2,9%

 

Serviços crescem em 18 das 27 unidades da federação

 

Regionalmente, 18 das 27 unidades da federação registraram expansão no volume de serviços em novembro. O impacto mais importante veio de São Paulo (4%), seguido por Rio de Janeiro (1,6%), Santa Catarina (3,7%) e Paraná (2,1%). Entre as baixas, Mato Grosso do Sul (-4%) registrou a principal retração em termos regionais.

Atividades turísticas têm 7ª alta seguida

 

O índice de atividades turísticas cresceu 4,2% frente a outubro, a sétima alta consecutiva. Contudo, o segmento de turismo ainda se encontra 16,2% abaixo do patamar de fevereiro do ano passado.

 

Regionalmente, 8 dos 12 locais pesquisados tiveram expansão em novembro, com destaque para São Paulo (8,0%), seguido por Rio de Janeiro (2,8%), Paraná (6,3%) e Minas Gerais (2,3%). Já Pernambuco (-1,1%) e Bahia (-0,4%) assinalaram os resultados negativos de maior impacto no índice.

Expectativas

 

O setor de serviços é o que possui o maior peso na economia brasileira e tem sido o mais atingido pela pandemia. Mesmo assim, foi o principal destaque de recuperação em 2021, impulsionado pelo avanço da vacinação e fim de boa parte das medidas de restrição para conter a disseminação da Covid-19.

No 3º trimestre, o PIB (Produto Interno Bruto) de serviços cresceu 1,1%, enquanto que a economia brasileira como um todo teve retração de 0,1%, o que colocou o país em recessão técnica.

A perda de fôlego da economia ocorre em um contexto de disparada da inflação, alta dos juros, queda de renda das famílias, aumento do endividamento, desemprego ainda elevado e preocupações com a situação das contas públicas.

confiança empresarial cai em dezembro pelo segundo mês seguido, para o menor nível desde maio, segundo índice da FGV.

Na semana passada, o IBGE mostrou que a produção industrial teve a sexta retração mensal consecutiva em novembro e retrocedeu para patamar 4,3% abaixo do nível pré-pandemia.

Vale destacar também que o setor de serviços voltou a ser impactado neste começo do ano pelo avanço da variante ômicron do coronavírus, sobretudo o setor de turismo e lazer.

O mercado projeta um avanço ao redor de 4,50% para o PIB em 2021. Já a previsão de crescimento para 2022 está em apenas 0,28%, e parte dos analistas fala em estagnação e até mesmo em retração.

Para a inflação, a expectativa é de uma taxa de 5,03% em 2022, o que pode representar um estouro do teto da meta pelo segundo ano seguido, após o IPCA registrar salto de 10,06% em 2021. Já a projeção para a taxa básica de juros da economia ao final de 2022 está em 11,75% ao ano.

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