Análise: Atlético-MG tem azar e precisa de leveza para sair do beco escuro e mudar rota de fim de ano
O Atlético-MG , como mandante, tem um dos piores aproveitamentos da sua história no Brasileiro de pontos corridos de 20 clubes. É um desafio explicar os motivos de o Galo não vencer há seis rodadas no Mineirão. Mais uma derrota, desta vez para o Palmeiras, de 1 a 0. O time parece estar em um beco sem saída.
Por mais que tenha atuado bem no primeiro tempo, não conseguiu converter em gol. Keno errou oportunidades, o Hulk voltou de lesão em alto nível de intensidade na etapa inicial, produzindo jogadas de efeito contundente. Mas o gol não saiu. Cuca citou “dor” ao terminar o primeiro tempo em 0 a 0.
E com razão. Uma mistura de dor e nervosismo. A torcida estava em boa sintonia, e, mesmo não lotando o estádio (30 mil), conseguiu passar energia aos jogadores. O segundo tempo, entretanto, foi digno de críticas. Houve bagunça tática, e, principalmente, a saída de Dodô desprotegeu o lado esquerdo, onde a jogada do gol de Murilo nasceu.
O Atlético não terá mais aquele período longo de treinos. Algo que até agrada o técnico Cuca. O próximo jogo é daqui a pouco. E a oportunidade de tentar minimizar os efeitos melancólicos desse fim de ano será a partir do jogo contra o Fluminense, em casa (agora um fator que desperta pesadelos) no sábado.
O Galo segue como sétimo. Por um momento, chegou a ser ultrapassado pelo América, mas o gol do Coelho foi anulado. O G-6 segue distante, e mais ainda o objetivo de ter a vaga direta na fase de grupos da Libertadores
A paciência da torcida está no limite (com razão). Mas Cuca pede apoio e confiança aos jogadores que são os atuais campeões do Brasileiro – além da Copa do Brasil. “Não podemos colocar fogo em Roma”, disse o técnico, em suas frases e boas respostas de coletivas de imprensa.
Eles também precisam demonstrar isso em campo. Há uma má fase individual praticamente generalizada. Cuca citou outra vez a confiança que vai diminuindo a cada gol perdido. Talvez esse seja o ponto a ser atacado.
Jogar com mais leveza (não menos responsabilidade), mas não se abater quando barreiras são criadas no jogo, seja pelas jogadas do adversário, ou pelo azar inevitável do futebol, como diria Pep Guardiola, após a eliminação do Manchester City da semifinal da Liga dos Campeões contra o Real Madrid: “Estávamos perto, o futebol é imprevisível e temos que aceitar isso”.
E o Atlético, num passado não tão distante, tinha as “retomadas” como ponto-chave do padrão de jogo. Quando sofria gols, sabia que, se jogasse o que sabia, iria arrancar ao menos o empate. Não é o que acontece mais. E isso depende de uma mobilização grande interna e, claro, do trabalho tático/técnico no dia a dia.