Análise: Fluminense entra com freio de mão puxado e economiza gols em “último” teste de Abel

“Foi um jogo sem vibração, sem entusiasmo”. As palavras sinceras do técnico Abel Braga na coletiva refletem bem o que foi o 1 a 0 do Fluminense diante do Nova Iguaçu, na noite desta quarta-feira, no Luso-Brasileiro, pela sétima rodada do Campeonato Carioca.

Com um a mais em campo após a expulsão de Gabriel Santana por quase 60 minutos, o sentimento é de que o Fluminense economizou gols ao vencer por um placar tão magrinho no “último teste” do técnico Abel Braga para a Pré-Libertadores, no dia 22 contra o Millonarios, na Colômbia.

Último teste, pois como o próprio treinador tricolor evidenciou ao longo da semana, contra o Volta Redonda, no próximo sábado, o time titular deve ser poupado já que o relógio irá apontar menos de 72h para a primeira grande batalha da temporada – com viagem de aproximadamente 6h e aclimatação à altitude de 2.552m acima do nível do mar nesse meio tempo.

Fluminense x Nova Iguaçu — Foto: Lucas Merçon/Fluminense

Fluminense x Nova Iguaçu — Foto: Lucas Merçon/Fluminense

Com Fábio no lugar de Marcos Felipe e Cano no lugar de Fred por opção técnica, o time não pôde contar com Nino, Felipe Melo e David Braz, que foram poupados e se tornaram preocupações de última hora.

Desta vez, a equipe atuou com dois zagueiros, com Luccas Claro e Manoel, que entrou após a precoce lesão de David Duarte no início do primeiro tempo.

O fato é que mesmo com os testes e mudanças, o Fluminense de Abel Braga mais uma vez conseguiu a vitória – emplacou a sexta consecutiva e repetiu uma sequência que não acontecia desde 2018. E a defesa foi bem mesmo quando os reservas foram acionados.

Porém, a economia no ataque liga um alerta: com sete gols em sete jogos, o Fluminense tem sido pouco efetivo para balançar as redes neste início de temporada e só conseguiu dois gols em uma mesma partida na virada contra o Botafogo por 2 a 1.

André comemora o gol do Fluminense contra o Nova Iguaçu — Foto: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.

André comemora o gol do Fluminense contra o Nova Iguaçu — Foto: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.

O chute certeiro de fora da área de André aos 24 minutos do primeiro tempo sucedido pelo cartão vermelho ao adversário deu ares de que o Flu emplacaria uma goleada contra o lanterna do estadual. Mas não foi o que aconteceu.

É claro e evidente que “meio a zero” já é o suficiente na cabeça de um torcedor que quer ser campeão. A discussão aqui não é o jogo bonito em si ou vencer e convencer – até porque o time segue vencendo.

O grande questionamento é que o futebol prega peças e transforma “partidas de segurança”, como também classificou o técnico Abel Braga na coletiva, em frustrações quando mãos salvadores como a de Fábio não encontram a bola como ocorreu na cabeçada de João Pedro.

Não fosse a brilhante defesa feita pelo goleiro no espaço de tempo entre o gol e a expulsão, o time poderia ter empatado um confronto em que Luiz Henrique desperdiçou duas grandes oportunidades e que o clube parece ter atuado com o freio de mão puxado no ataque.

A qualidade do elenco é inegável. Mas, a pouco mais de seis dias de começar a decidir a vida na Libertadores 2022, a sensação que o time pode bem mais do meio para frente também é.

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A Voz da Torcida – Gabriel: “O sentimento hoje é misto”

Se a tão sonhada busca pela América do Fluminense vai dar certo ou não economizando gols assim só o tempo dirá. O que se sabe é que, com o relógio correndo contra neste início de ano para que todos os ajustes sejam feitos, o clube se reapresenta na tarde desta sexta-feira, no CT Carlos Castilho.

O Flu volta a campo no sábado para enfrentar o Volta Redonda, de novo no Luso-Brasileiro. Depois do duelo na Ilha, o Tricolor viaja para Colômbia, onde terça-feira tem o primeiro confronto da pré-Libertadores, contra o Millonarios.

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