Títulos, quinteto ofensivo, goleiros… Veja seis desafios que Vitor Pereira terá no Corinthians

Vitor Pereira, novo técnico do Corinthians, é esperado no Brasil ainda nesta semana, e a expectativa é de que sua estreia aconteça no clássico com o São Paulo, em 5 de março. Na chegada, o português de 53 anos terá desafios a resolver no clube.

Pereira chegará em meio à pressão por títulos, questões sobre o quinteto corintiano e até a administração dos goleiros.

Se de um lado existe pressão, do outro há a confiança da diretoria. O presidente Duilio Monteiro Alves, no anúncio do novo treinador, disse que Vitor Pereira era o nome que o Corinthians queria.

Vitor Pereira, novo técnico do Corinthians, nos tempos de Shanghai SIPG — Foto: VCG/VCG via Getty Images

Vitor Pereira, novo técnico do Corinthians, nos tempos de Shanghai SIPG — Foto: VCG/VCG via Getty Images

Abaixo, listamos seis desafios que o português terá pela frente.

Quinteto em campo

 

Um dos desafios do novo treinador é montar um time que consiga deixar em campo o quinteto estrelado do Timão: Giuliano, Paulinho, Renato Augusto, Róger Guedes e Willian.

Sob o comando de Sylvinho, os cinco não foram escalados juntos no time titular. A primeira vez foi com o interino Fernando Lázaro. O técnico levou a campo uma escalação com todos esses nomes contra o São Bernardo, além de contar com o quinteto também na reta final do jogo contra o Botafogo-SP.

Vitor Pereira precisará definir uma forma de jogar que consiga privilegiar o máximo de talento.

Giuliano, Renato Augusto, Willian e Róger Guedes comemoram juntos gol do Corinthians — Foto: Rodrigo Coca/Ag.Corinthians

Giuliano, Renato Augusto, Willian e Róger Guedes comemoram juntos gol do Corinthians — Foto: Rodrigo Coca/Ag.Corinthians

Equilibrar a idade

 

Se por um lado a qualidade do quinteto é notável, a idade deles, à exceção de Róger Guedes, também é assunto. Giuliano, Paulinho, Renato Augusto e Willian têm mais de 30 anos. Somam-se a eles Cássio, Fagner, Gil, Fábio Santos e Jô. Todos atletas experientes e vencedores pelo clube.

Uma das missões é mesclar a quilometragem destes jogadores com a juventude de nomes como Adson, Du Queiroz, Gabriel Pereira, Gustavo Mosquito, João Victor e Lucas Piton.

Vitor Pereira tem experiência em lançar jovens jogadores. No Porto, foi um dos responsáveis por contratar o lateral-direito Danilo, ex-Santos, e James Rodriguez, meia colombiano. João Moutinho, jogador de nome no mercado europeu, foi outro que cresceu ao lado do treinador português.

Adson disputa bola com Gustavo Mosquito em treino do Corinthians — Foto: Rodrigo Coca/Ag.Corinthians

Adson disputa bola com Gustavo Mosquito em treino do Corinthians — Foto: Rodrigo Coca/Ag.Corinthians

Goleiros

 

A questão dos goleiros também passará pelas mãos de Vitor Pereira. Em entrevista ao portal Mais Futebol, de Portugal, o treinador se mostrou favorável a quem tenha qualidade na saída de bola.

– Podemos falar do goleiro. Esta nova regra, que permite bater o tiro de meta para dentro da nossa área, permite novas nuances. Se tivermos um goleiro forte no passe, pode ser importante. Vi uma equipe japonesa que colocava o goleiro construindo do lado do zagueiro, e era ela quem tinha o maior número de passes de ruptura – disse.

– No futuro o goleiro será parte estratégica do jogo ofensivo. Isso pode contrariar a pressão alta, porque hoje poucas equipes esperam atrás – completou.

Ídolo máximo do clube, Cássio continua como titular do Corinthians, mas não viveu um 2021 perfeito. A situação fez a diretoria buscar Ivan na Ponte Preta. O técnico precisará escolher se mantém a referência de liderança dentro de campo ou se vai apostar na juventude de um jogador com projeção de seleção brasileira. O elenco tem ainda Matheus Donelli, outro jogador de aposta futura do clube.

Cássio durante o treino desta quarta-feira no CT Joaquim Grava — Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Cássio durante o treino desta quarta-feira no CT Joaquim Grava — Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Um novo ambiente

 

Entender onde se pisa é sempre importante para um treinador. Em 2020, Tiago Nunes estudou a história do clube antes de chegar a São Paulo, mas não conseguiu repetir o sucesso que teve no Athletico-PR. A missão era tirar o pragmatismo de Fábio Carille e implementar um estilo bem mais leve, solto e ofensivo. O resultado não apareceu, e a passagem foi curta.

Nos últimos anos, o Timão venceu sendo forte defensivamente, privilegiando a segurança, mas usando o talento dos jogadores para obter equilíbrio e conseguir marcar os seus gols.

Além disso, existem as nuances do futebol brasileiro e do Corinthians. Perder um clássico no estadual tem peso? Sim. Protestos em frente ao CT acontecem? Também, e no Corinthians a relação entre diretoria e torcida organizada é boa. Conselheiros influenciando na política? Apesar de Duilio tentar separar as coisas, também existem.

Protesto da torcida do Corinthians no Parque São Jorge — Foto: Ana Canhedo

Protesto da torcida do Corinthians no Parque São Jorge — Foto: Ana Canhedo

Força na arena

 

Um dos problemas do início da passagem de Sylvinho pelo Corinthians foi não conseguir vencer em casa. Numa época em que a torcida ainda não frequentava o estádio, por causa das restrições impostas pela pandemia de Covid-19, o Timão passou a perder muitos pontos em Itaquera, o que trouxe certa antipatia para o treinador.

Na reta final do trabalho, o time voltou a vencer na Neo Química Arena, mas se tornou um visitante inofensivo no Brasileirão.

Vencer em casa e conseguir ser pedra no sapato fora é uma receita de sucesso. Com a torcida corintiana ao lado, pode ser uma missão mais fácil.

Torcida do Corinthians em jogo contra a Chapecoense, na Neo Química Arena — Foto: Marcos Ribolli

Torcida do Corinthians em jogo contra a Chapecoense, na Neo Química Arena — Foto: Marcos Ribolli

“Acordar” Luan

 

Tiago Nunes sonhou, Dyego Coelho não conseguiu, Vagner Mancini fez acontecer por pouquíssimos jogos, Sylvinho fracassou e Fernando Lázaro pouco tentou. Desde 2020 no Corinthians, Luan não teve brilho com nenhum treinador do Timão.

Hoje, é difícil enxergá-lo na equipe, encontrar um lugar para que ele possa exercer o seu futebol. Se Vitor Pereira conseguir, será um acerto impressionante.

O atacante Kelvin, atacante treinado por Vitor Pereira no Porto e amigo pessoal de Luan, falou sobre o jogador em entrevista à Central do ge.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *