Com obras empacadas, Morenão deve ficar pronto apenas no fim de 2024
Com obras empacadas, a reabertura do Estádio Morenão deve ficar apenas para o fim do próximo ano. De acordo com a Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura), responsável pelas obras, as intervenções foram divididas em duas fases, onde, até o momento, foram executadas a reforma dos banheiros e vestiários.
A Fundação disse que em novembro último, o governo do Estado autorizou a contratação do projeto estrutural e orçamentos para dar sequência às obras. “A previsão é que o término das últimas fases ocorra até o final de 2024, no entanto, tratando-se de um aparelho público muito antigo podem surgir demandas de intervenção que mudem este cronograma”, Os ajustes contam com R$ 9,4 milhões, repasse da Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul) e o fim da obra foi prorrogado algumas vezes.
O estádio ficaria parcialmente pronto em dezembro do ano passado, e posteriormente em maio deste ano, período em que a Fapec disse executar somente R$ 800 mil dos R$ 9,4 milhões, cerca de 8% da obra toda. Sem avanço, os três times da Capital – Operário, Náutico e Portuguesa – devem mandar seus jogos do Estadual de 2024 no Estádio Jacques da Luz, nas Moreninhas. A competição começa no dia 21 de janeiro.
O último jogo no estádio ocorreu no dia 17 de abril de 2022, quando o Operário venceu o Dourados por 1 a 0 pela penúltima rodada do hexagonal final. O Galo terminou a disputa com o título.
Presidente do Operário, Nelson Antônio da Silva, disse que as obras já executadas não contemplam os jogadores. Segundo ele, os banheiros – já concluídos -, não servem para jogadores de futebol. “Se você entrar no vestiário, vai ver que aquilo é para outra atividade, e não futebol. Jogador vai pisar de chuteira lá e vai cair, isso acontece porque não chamaram os clubes para discutir”, falou.
Questionado sobre o uso do estádio, ele disse que não usar o Morenão é ruim para o desporto profissional do Estado. “É lamentável não disputar pelo menos uma partida do Morenão, perdemos as esperanças de contar com o estádio. Que o governo do Estado possa se sensibilizar e buscar a construção de um estádio com capacidade entre 13 e 15 mil pessoas para desenvolver o futebol aqui”, disse.
Sobre o uso do estádio das Moreninhas, disse que à nível de futebol profissional, o estádio não serve, sobretudo porque contempla jogos amadores e vários eventos esportivos. “Atende nossas necessidades mas não é adequado para o profissional. Nosso alento é que o governo erga outra praça em Campo Grande e passe isso para administração dos clubes, quase R$ 10 milhões de repasse em uma obra que poderia ser executada em oito ou dez meses”, finalizou.
Estado atual do gramado do estádio Morenão (Foto: Alex Machado)
Presidente do Náutico, clube que subiu da Série B recentemente, Julio Cezar Nunes Ramos, disse que o planejamento do clube já não continha o Morenão na ‘planilha’.
“Não contamos com o Morenão por tudo que já vimos, bem difícil para 2024 e inclusive 2025, entendemos que nossa casa é as Moreninhas”. Assim como o presidente do Operário, ele disse que o local abarca jogos de “todo mundo”. “A gente sabe que o gramado não é dos melhores, jogos dos servidores, evento de prefeitura, governo, futebol amador, enquanto no interior os clubes do Estadual não utilizam o estádio com tanta frequência.
Diretor-presidente da Fundesporte, Herculano Borges disse ao Campo Grande News que a pasta acompanha as obras e que espera celeridade da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) com os prazos. “Cobramos celeridade e cumprimento dos prazos. Nos repassaram que as obras foram divididas em duas fases e que seguem”.