Oito trabalhadores estão presos há mais de 30 dias numa mina no Burkina Faso; esperança de resgatá-los vivos diminui a cada dia

Há mais de um mês, oito trabalhadores da mina Perkoa, no Burkina Faso (oeste da África), estão presos a centenas de metros de profundidade após uma enchente ter bloqueado sua saída.

As equipes de resgate estão bombeando água para fora da mina para chegar a uma câmara de refúgio (um lugar preparado para abrigar os trabalhadores no caso de algum desmoronamento) na tentativa resgatá-los com vida.

Enquanto a maioria dos trabalhadores conseguiu deixar o local com segurança quando a água subiu, os oito desaparecidos estavam abaixo do nível 520 (que fica a 520 metros da superfície), no momento da inundação, disse a empresa.

Há duas câmaras de segurança abastecidas com comida e água abaixo desse nível, mas não se sabe se algum dos homens conseguiu alcançá-las.

“Sempre há esperança, mas também temos que ser realistas”, disse Ricus Grimbeek o CEO da empresa canadense que opera a mina, Trevali Mining Corp.

“Essas câmaras não são projetadas para serem submersas em água. As câmaras são desenhadas para desmoronamentos e quando há ambiente tóxico, como com fumaça”, explicou.

No último domingo, os socorristas estavam a 3,5 metros de onde se acredita que os mineiros podem estar abrigados

As equipes de resgate dizem que a operação está progredindo lentamente, pois eles precisam bombear 2,5 milhões de litros de água para cada metro de profundidade. Seu equipamento também está ficando entupido.

A equipe de resgate recebeu novas bombas e equipamentos da África do Sul e Gana para trabalhar mais rápido e também considera enviar mergulhadores.

Mas os mergulhadores podem achar difícil enxergar através da água lamacenta da mina.

A Trevali Mining Corp anunciou em 16 de abril o “desaparecimento” de oito mineiros, depois que a mina de zinco Perkoa sofreu inundação por fortes chuvas inesperadas.

“Foi depois de um alerta de evacuação emitido após a inundação do local que se constatou a ausência dos mineradores e que começou a operação de resgate” com a ajuda de bombeiros e engenheiros, explicou um trabalhador da mina.

O primeiro-ministro de Burkina Faso, Albert Ouedraogo, visitou a mina e afirmou que a tragédia é responsabilidade daqueles que estavam a cargo dela.

Ouedraogo anunciou a abertura de uma investigação para determinar as responsabilidades e disse que os funcionários da companhia não seriam autorizados a deixar o país enquanto isso.

Executivos da Trevali Mining Corp disseram que a empresa foi pega de surpresa pela chuva torrencial durante a estação seca do mês passado no Burkina Faso

“Dada a estação seca, obviamente, não esperamos essa chuva torrencial absoluta”, disse Hein Frey, vice-presidente de operações de Trevali. “Não somos apenas nós que fomos afetados, são também as comunidades ao nosso redor que foram afetadas por chuvas completamente inesperadas”.

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