Violência aumenta e assusta moradores e alunos no Centro do Rio

Moradores e estudantes estão com medo de andar pelo Centro do Rio por causa da violência. No início desta semana, um jovem que tinha acabado de sair da faculdade foi esfaqueado durante uma tentativa de assalto.

A sensação de insegurança é grande na região e quase todo mundo que vive, estuda ou trabalha no Centro já passou por alguma situação de violência.

Um dos pontos mais movimentados do Centro – na Praça da República, próximo do Hospital Souza Aguiar, do Campo de Santana, da Faculdade Nacional de Direito e da Avenida Presidente Vargas – é também um dos mais perigosos.

A rua onde fica a Faculdade Nacional de Direito ganhou um apelido entre os universitários: Rua do Perdeu, como disse o estudante Luís da Silva.

“O batismo do calouro da FND é você saber o nome dessa rua. Ninguém sabe o nome verdadeiro dela. É Rua do Perdeu, de tanto assalto que tem”, disse o estudante.

Na segunda-feira (30), um universitário foi esfaqueado perto do acesso ao metrô, na Central do Brasil. Renan Rodrigues tinha acabado de sair da aula na Escola Nacional de Ciências Estatísticas.

Ele foi levado para o Hospital Souza Aguiar, passou por uma cirurgia e continua internado. A direção do hospital informou que o estado dele é estável.

Estudantes que precisam circular pelo Centro à noite reclamam da insegurança, como Elisa Vasconcellos.

“Como mulher me sinto muito vulnerável. É horrível essa sensação de incapacidade . A gente vem para as faculdade, escolhe o direito justamente por acreditar em um mundo melhor e a gente passa por isso. para vir lutar por um mundo melhor”, disse a estudante da FND.

Na FND, há uma estatística de violência feita pelos alunos. Em maio, foram 18 tentativas de assalto, oito roubos, um estudante perseguido até a faculdade e uma tentativa de furto.

“Isso é recorrente, é histórico. Alunos de 2006 e relatam as mesmas coisas. Eles estão esperando uma tragédia anunciada acontecer”, disse Elisa.

Na terça-feira (31), o comandante do 5º BPM (Harmonia) esteve na faculdade e prometeu reforço na segurança.

Números do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram que os furtos dispararam no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2021. De janeiro a março deste ano, foram 3.110 registros. No ano passado, no mesmo período, durante a pandemia foram 1.451 registros.

Os roubos também aumentaram. Passaram de 1.115 casos para 1.179 registros este ano.

A estudante Alexia Silva reclama da falta de segurança. “Aumentou muito a quantidade de assaltos. No dia 30, a gente teve quatro alunos assaltados na parte da noite. Sinto muito medo, insegurança de andar na região, e até de sair acompanhada”, disse Alexia.

O aluno Heitor Guimarães disse que andam todos juntos para enfrentar os perigos.

“A gente anda em grupo praa poder ir junto para o metrô, Central, pegar trem ou ônibus. Essa é a forma que a gente tem para se sentir seguro de chegar onde tem que chegar. É o diploma pela vida, a gente não sabe o que vale mais: o diploma ou a vida”, disse o estudante.

A Polícia Militar disse que o comando do 5º BPM, que atende o Centro da cidade, estendeu o horário de patrulhamento na região.

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