Com início da gestão Ronaldo, Cruzeiro mantém rotina de ruptura de planejamento no futebol
A chegada de Ronaldo como investidor do clube e o anúncio da saída da comissão técnica atual e de que Alexandre Mattos não assumirá cargo na gestão de futebol mantém a rotina de falta de planejamento no Cruzeiro. Desde quando foi rebaixado, em 2019, a Raposa não conseguiu iniciar e finalizar um planejamento quanto à gestão e comando do futebol nas viradas de temporadas.
Com o anúncio, no dia 18 de dezembro, de que Ronaldo investiria R$ 400 milhões no Cruzeiro nos próximos anos, começaram as movimentações de mudança no futebol da Raposa. A mais recente foi a oficialização da saída do técnico Vanderlei Luxemburgo e da comissão técnica atual feita nessa terça-feira. A atual comissão não se adequa, segundo o clube, as pretensões orçamentárias para 2022.
Antes, a nova gestão Ronaldo decidiu que Alexandre Mattos não atuará na Raposa em 2022. Desde outubro, Mattos vinha trabalhando, mesmo que de forma informal (não assinou contrato, mas tinha acordo verbal até 2023 para assumir o cargo), no planejamento junto à diretoria da Raposa e do técnico Vanderlei Luxemburgo. Mattos participou da negociação dos nove atletas já anunciados.
Mas a chegada de Ronaldo mudou o rumo do planejamento. Mattos não fica. Luxemburga não fica. Paulo André, ex-jogador da Raposa, é quem vai cuidar da parte do futebol.
Paulo André é o novo gestor do futebol do Cruzeiro — Foto: Fernando Freire
A quebra de planejamento tornou-se rotina no Cruzeiro desde 2019. Quando foi rebaixado em dezembro daquele ano, a Raposa manteve Adilson Batista no comando técnico, mas mudou a direção de futebol, com as saídas de Marcelo Djian e Zezé Perrella.
Para 2020, o clube passou a ser administrado por um conselho gestor. Alexandre Mattos foi chamado para ajudar voluntariamente, mas não ficou nem uma semana. Indicou Ocimar Bolicenho para o cargo. Ele, junto de Adilson Batista, não conseguiram sustentar até o final do Campeonato Mineiro.
Durante a temporada 2020, o Cruzeiro passou por mudanças no comando técnico e na direção do futebol. Chegou ao fim da Série B com Luiz Felipe Scolari, que acabou deixando o cargo. Anunciou também André Mazzuco para ser diretor de futebol.
Novamente, em 2021, novas mudanças de técnicos e na gestão do futebol. Chegou ao fim do ano com a expectativa que o planejamento traçado para 2022 seria mantido. Mas o alto investimento prometido por Ronaldo mudou toda a situação.