Concurso IBGE/Censo 2022: veja dicas de estudo para as provas de recenseador

IBGE vai realizar Censo em 2022 — Foto: IBGE/Acervo

IBGE vai realizar Censo em 2022 — Foto: IBGE/Acervo

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reabriu o aguardado concurso com 206.891 vagas temporárias para a realização do Censo Demográfico 2022. Só para recenseador são 183.021 vagas. Outras 23.870 vagas são para agente censitário. As inscrições terminam no dia 21 de janeiro.

prova objetiva para recenseador, que será aplicada em 10 de abril, será dividida da seguinte forma:

  • 10 questões de Língua Portuguesa
  • 10 questões de Matemática
  • 5 questões sobre Ética no Serviço Público
  • 25 questões de Conhecimentos Técnicos

 

As questões da prova objetiva serão do tipo múltipla escolha. Será aprovado o candidato que obtiver no mínimo 15 pontos e pelo menos um acerto em cada uma das disciplinas.

Em caso de empate na nota final no processo seletivo simplificado, terá preferência o candidato que, na seguinte ordem:

  • obtiver maior nota na disciplina Conhecimentos Técnicos;
  • obtiver maior nota na disciplina Língua Portuguesa;
  • obtiver maior nota na disciplina Ética no Serviço Público.

 

Para os especialistas, apesar de a prova para recenseador ter apenas quatro disciplinas, o candidato não deve relaxar, pois a concorrência será grande, devido ao desemprego recorde e pelo fato de o cargo de recenseador exigir o nível fundamental completo.

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Os candidatos que haviam se preparado para o concurso anterior que foi cancelado levam vantagem, pois o conteúdo do edital é o mesmo. No entanto, a banca desse novo concurso, que é a FGV, tem estilo diferente de abordar os assuntos em relação ao Cebraspe, o que requer atenção dos candidatos.

Veja abaixo as dicas de estudo para o concurso.

Dicas gerais

 

Fernando Bentes, professor de direito constitucional da UFRRJ, aconselha o candidato a estudar todas as matérias ao mesmo tempo.

“Assim, o candidato vai estar sempre relembrando tudo, sem intervalos longos de semanas ou meses entre o aprendizado de cada disciplina”, diz.

 

Segundo ele, se o candidato se concentrar em aprender uma disciplina de cada vez, haverá um intervalo muito grande no estudo de cada matéria.

Bentes lembra que é preciso seriedade dos estudos. “O grande número de vagas não deve deixar ninguém tranquilo, já que o desemprego deve levar milhões de candidatos a fazerem o concurso”, aponta.

Para Antonio Batist, especialista em gestão pública e empresarial, ler e entender o edital é o primeiro passo – é dele que vêm as decisões seguintes.

Batist recomenda fazer o download do material gratuito de conhecimentos técnicos – que está no link do concurso no site da FGV – e priorizar a disciplina, que corresponde à metade da pontuação da prova.

Outras dicas são estudar a parte teórica dos conteúdos, fazer provas anteriores da banca organizadora, ver onde precisa melhorar após as provas e repetir o ciclo, corrigindo as falhas identificadas em cada conteúdo ou disciplina.

Edital tem a mesma estrutura do anterior, mas FGV tem estilo próprio

 

Batista lembra que o edital da Fundação Getulio Vargas (FGV) tem praticamente a mesma estrutura do lançado no ano passado pelo Cebraspe, que foi cancelado.

Segundo o especialista em gestão pública e empresarial, o edital tem o mesmo número de questões, variedade de disciplinas, conteúdo programático e critérios de aprovação, mas ele destaca as diferenças entre as bancas:

  • A decoreba, que ajuda candidatos em relação a muitas bancas, pode não ser a melhor estratégia para a FGV.
  • A organizadora costuma investir mais em perguntas bem elaboradas, adapta o conteúdo para situações hipotéticas do órgão/entidade que é “dono” do concurso (o IBGE, neste caso), investe pesado em interpretação de texto, faz enunciados longos e cansativos (nem sempre fáceis), busca aplicabilidade em lugar de leis ou conceitos “secos” e tende a cobrar todos os conteúdos mencionados no edital.
  • Além de considerar o edital, o plano de estudo deve considerar tudo isso, pois é o estilo que a FGV costuma seguir.

 

Conhecimentos específicos têm maior peso

 

Antonio Batist considera que a prioridade deve ser voltada à disciplina de conhecimentos específicos, que equivale à metade da pontuação total da prova. Entretanto, as demais disciplinas devem ser estudadas, mesmo que com menor intensidade.

Segundo ele, o ideal é a seguinte ordem:

  • prioridade alta para a disciplina de conhecimentos técnicos
  • prioridade média para disciplinas que o candidato não domina (e que precisará reforçar a aprendizagem)
  • prioridade baixa para a disciplina de domínio do candidato (se ele de fato domina, inclusive ao resolver as provas anteriores de determinado assunto, bastará revisar sem grandes aprofundamentos)

 

Fernando Bentes ressalta que a disciplina de conhecimentos específicos possui 25 questões, de um total de 50.

“É a matéria com maior peso e deve ser valorizada. As disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática foram estudadas por qualquer pessoa que terminou o nível fundamental. Logo, deve haver um equilíbrio entre os candidatos. Por isso, seu maior diferencial será mesmo o número de acertos nas questões de conhecimentos específicos”.

Ele lembra que o IBGE oferece duas apostilas para o concurso: de Ética no Serviço Público e de Conhecimentos Específicos. Ambas estão disponibilizadas no site da banca organizadora.

“Por isso, quem estiver empenhado em passar vai devorar este conteúdo, o que também deve trazer certo nivelamento entre os candidatos”, afirma.

“Em relação à matéria de Ética no Serviço Público, embora o IBGE disponibilize uma apostila, existem outras exigências de estudo. Portanto, leia atentamente o edital, separe tudo que é cobrado no conteúdo programático e faça uma boa leitura daqueles artigos previstos na Lei nº 8.112 de 1990 ,que devem cair na prova”, recomenda.

Batist afirma que a apostila de conhecimentos técnicos e o código de ética disponibilizados pelo IBGE na época da seleção via Cebraspe são os mesmos que serão cobrados pela FGV – o que ajuda os candidatos que estão de olho nessa seleção desde quando ela foi cancelada no ano passado.

Mas Batist lembra que o Cebraspe não chegou a aplicar prova sobre esse material. Então, a sugestão é buscar provas anteriores que sejam da FGV para o candidato assimilar o estilo da banca.

“O material é o mesmo, mas o estilo de avaliação do Cebraspe é diferente da FGV, embora existam pontos com alguma similaridade. Por isso, priorize provas anteriores e recentes da FGV. O que você estudou com o Cebraspe poderá ajudar em termos de conteúdo, mas ajudará pouco ou nada em termos de estilo de banca”, enfatiza.

Bentes salienta que o candidato não deve desprezar as disciplinas que sabe menos porque seu estudo pode garantir um número muito maior de pontos do que teria caso se concentrasse apenas na matéria da zona de conforto. “Se estudar o que não sabe, a chance de aumentar a pontuação será muito maior”.

Ele cita como exemplo um candidato que é bom em Matemática e estuda mais a matéria. Provavelmente tiraria 8 pontos em Matemática e 2 em Língua Portuguesa, com um total de 10 pontos nas duas matérias.

Se o mesmo candidato estudasse mais Língua Portuguesa do que Matemática, talvez acertasse 6 na primeira e 7 na segunda, com um total de 13 pontos.

Provas anteriores

 

IBGE ainda tem vagas para o Censo 2022

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IBGE ainda tem vagas para o Censo 2022

Fernando Bentes aconselha a selecionar questões das disciplinas do edital que tenham sido cobradas em provas recentes da banca FGV.

“Em concursos públicos, as bancas têm estilo próprios na realização de provas. Acostumar-se ao enfoque de cobrança das bancas é um fator decisivo para ser aprovado. Logo, este deve ser o maior critério para o estudo prático por meio de questões e simulados”, diz.

“Estudar com materiais desatualizados ou de outras bancas de concursos com estilos muito diferentes podem ser erros fatais”, alerta Batist.

 

E quem vai fazer as duas provas?

 

Os candidatos podem prestar os dois concursos do IBGE, para os cargos de recenseador e agente censitário, pois, apesar de serem no mesmo dia, os horários das provas são diferentes – para recenseador, das 9h às 12h, e para agente, das 14h30 às 18h.

De acordo com Fernando Bentes, as provas de agente censitário e recenseador cobram as mesmas disciplinas, com apenas duas diferenças: no primeiro cargo será cobrado Raciocínio Lógico e no segundo, Matemática. Além disso, para agente censitário, o candidato terá que estudar mais uma disciplina: Noções de Administração/Situações Gerenciais.

“Mas é importante lembrar que a prova de agente censitário deve ser um pouco mais difícil e complexa do que a de recenseador porque possui a exigência de nível médio”, alerta.

Ele recomenda ao candidato que pretende prestar para ambos os cargos focar no conteúdo de agente censitário, com o acréscimo de estudar Matemática, que só será cobrada na prova de recenseador.

“Se fizer isso, estará estudando uma vez, mas preparando-se para as duas provas ao mesmo tempo. Sua chance de aprovação vai se multiplicar por dois”, afirma.

Antonio Batist aconselha identificar sinergias entre os conteúdos dos dois editais, verificando o que se repete em cada disciplina. “A partir daí, estude pelo cargo mais complexo. Em tese, se conseguir boa nota nele, terá boas chances no cargo mais simples, caso existam conteúdos repetidos ou muito semelhantes”, explica.

Segundo ele, aproveitar ao máximo as sinergias entre os editais reduz o esforço de forma inteligente e evita estudar assuntos em duplicidade.

Ele recomenda elaborar um cronograma de estudos para cada edital e um terceiro com as sinergias, de acordo com o que é preciso aprender para cada seleção.

“Após a primeira prova, faça uma cuidadosa revisão para corrigir falhas e limitações e ampliar as chances de sucesso também na segunda prova. As falhas podem ir desde conteúdos que você precisa aprender melhor até aspectos como ansiedade, sono, controle do tempo durante a prova. Muitas vezes, estudar certo é diferente de estudar muito”, comenta.

Dicas para a prova de agente censitário

 

Antonio Batist afirma que as dicas gerais para a prova de agente censitário são basicamente as mesmas para quem vai fazer a prova para recenseador, devido às semelhanças entre os dois editais.

Mas, segundo ele, a diferença mais importante está na quantidade de questões e nas disciplinas que compõem a prova: para agente censitário, haverá 10 questões a mais e, embora a disciplina de Conhecimentos Técnicos também seja a que vale mais pontos, há outra que aparece com grande pontuação, que é Noções de Administração/Situações Gerenciais. Ambas as disciplinas reúnem 35 das 60 questões da prova.

“O candidato deve estudar todas as disciplinas, mas a soma de noções de administração com conhecimentos técnicos será o diferencial mais decisivo de todos para agente censitário”, afirma.

Veja como será a prova objetiva para agente censitário:

  • 10 questões de Língua Portuguesa
  • 10 questões de Raciocínio Lógico Quantitativo
  • 5 questões de Ética no Serviço Público
  • 15 questões de Noções de Administração/Situações Gerenciais
  • 20 questões de Conhecimentos Técnicos

 

Bentes concorda com Batist. E aconselha que o candidato estude com afinco a apostila de Conhecimentos Específicos, fazendo perguntas ao conteúdo que aprendeu, como se estivesse simulando as possíveis questões de prova.

No caso de Noções de Administração/Situações Gerenciais, ele acha que o candidato terá que buscar uma apostila completa ou um livro que aborde o conteúdo previsto. E focar no conhecimento de gestão de pessoas e liderança, dois conteúdos que devem ser cobrados porque estão ligados diretamente às funções que vão desempenhar no IBGE.

“De modo geral, como a prova é de nível médio, a cobrança da capacidade de reflexão crítica e interdisciplinar deve ser maior do que a de recenseador. Portanto, aconselho um estudo sério e profundo”, diz.

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