Leite diz a aliados estar ‘inclinado’ a ir para o PSD e que candidatura à Presidência passa ‘pela 2ª vez’ na sua frente
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, passou os últimos dias consultando aliados a respeito do convite de Gilberto Kassab para que ele migre para o PSD e, com isso, se tornar o candidato do partido à Presidência da República.
Desde que Kassab revelou no programa “Em Foco”, na GloboNews, que gostaria de ter Leite como plano B caso Rodrigo Pacheco recuasse da ideia de ser candidato, Leite tem analisado o cenário não apenas com Kassab e aliados, mas também passou a enfrentar a ira de companheiros do PSDB, que não querem a sua saída.
Segundo o blog apurou, Leite, quando procurado, tem dito estar “bastante inclinado” a fazer o movimento de saída do PSDB para o PSD – e, quando ouve de tucanos que é jovem (ele tem 36 anos) e que poderá disputar outras eleições no futuro, o governador responde: “Daqui a quatro anos é outro contexto. É a segunda vez que a chance da Presidência está passando na minha frente”.
A primeira vez, avalia Leite, foi a disputa pelas prévias dentro do PSDB, em novembro de 2021.
Pressionado pelos tucanos a não deixar o partido, inclusive com declarações públicas, Leite repete a aliados que o partido quer “criar um constrangimento” quando faz postagens públicas, como a do presidente da legenda, Bruno Araujo, dizendo que “investiu” nele, Leite – e que todo o processo de prévias, que deu a vitória a João Doria, foi um plano para viabilizar a candidatura de Rodrigo Garcia ao governo de São Paulo.
Garcia, hoje, é vice governador de São Paulo e quer disputar o Palácio dos Bandeirantes. Mas, para isso, Doria precisa se descompatibilizar do cargo em abril – por isso, para Leite, ele não perdeu as prévias para Doria mas para o “projeto São Paulo” de Rodrigo Garcia.
Para o governador do RS, o PSDB jogou suas fichas no que Leite chama nos bastidores de “projeto São Paulo” e preteriu o que ele considerava ser o melhor nome para a disputa nacional: o dele.
A amigos, Leite repete que o que sobrará do PSDB, se Garcia ganhar, será o PSDB do governador de São Paulo – e que não é mais o PSDB que ele conhecia. Por tudo isso, também, repete estar “bastante inclinado” a deixar o partido.
Do lado do PSD, a espera é pela recusa pública de Pacheco do convite à Presidência.
Leite quer a garantia de Kassab de que terá estrutura e de que não será abandonado no meio do caminho por um apoio a Lula no primeiro turno. Quem conversou com Kassab nesta terça-feira ouviu: “esquece, chance zero de abandonar Leite se ele vier”.
Se Leite for para o PSD, já planeja montar um time de economia forte. O nome dos sonhos para a equipe, por exemplo, é o do ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga.