Análise: Santos reserva joga para minimizar danos e acaba premiado

Com time reserva, o Santos jogou para minimizar danos na altitude. E acabou premiado ao aproveitar a única chance clara na vitória por 1 a 0 sobre a Universidad de Quito, nesta quinta-feira, no Equador, pela quarta rodada do Grupo C da Copa Sul-Americana.

Fabián Bustos surpreendeu ao apostar em um time composto por dez suplentes para enfrentar um jogo decisivo, fora de casa, em um campo mais de 2.800 metros acima do nível do mar, contra uma equipe que criou dificuldades até dentro da Vila Belmiro. Poucos acreditavam que o time conseguiria sair com uma vitória.

O esquema adotado pelo treinador argentino deixou a proposta clara: garantir ao menos um ponto fora de casa e manter o time vivo na Sul-Americana. O primeiro tempo foi até tranquilo para o Peixe, que pouco sofreu com o adversário. Isso, em boa parte também, por causa da própria Universidad, que não queria jogar com a bola no chão e apostou em cruzamentos, esperando por um erro santista.

O problema de Bustos, novamente, foi o ataque. Podem ser os titulares, podem ser os reservas: quando o time joga fora de casa, é uma dificuldade absurda para criar oportunidades. E outra ainda maior para concluir os lances. Um time que tem mais de 12.800 gols na história não pode terminar 45 minutos com apenas um chute, +

O segundo tempo do Santos parecia uma repetição do que tinha sido a partida contra o Unión La Calera no Chile. O time abdicou de atacar. Durante mais da metade da etapa, não teve uma finalização. Mal ultrapassou a linha do meio de campo com a bola. Assim, facilitou o trabalho dos equatorianos.

Pior do que isso, com o cansaço dos brasileiros, a Universidad de Quito começou a encontrar espaços no sistema defensivo. Principalmente pelo lado esquerdo, onde encontrou maior facilidade para executar uma chuva de cruzamentos. Contudo, graças à boa atuação dos zagueiros, sobretudo de Eduardo Bauermann, e à má pontaria dos adversários, John não passou por muitos sustos.

A verdade é que o Peixe ganhou sobrevida só a partir dos 35 minutos, depois da entrada dos garotos, principalmente de Lucas Pires, um dos poucos que conseguia colocar velocidade e carregar o time em contra-ataques.

Santos tentou a primeira, mas parou no impedimento de Rwan Seco. O camisa 12 teve outras duas oportunidades, mas os passes para Lucas Pires e Marcos Leonardo saíram fortes demais. Na única chance clara, após uma tabela entre Rwan e o lateral-esquerdo, saiu o gol da vitória. O Peixe ainda tomou um susto, com uma saída errada de John, que foi salvo por Bauermann.

O resultado foi conquistado na competência da defesa e na eficiência de Rwan. O Santos segue vivo e dependendo só de si para avançar na Copa Sul-Americana.

Fica para Bustos a boa notícia de que algumas peças corresponderam, defensivamente, ao que foi pedido. São os casos de Camacho e Sandry, por exemplo. Falta aprimorar ainda a criação e a finalização das jogadas quando atua fora de casa. Não é sempre que o gol da vitória virá nos acréscimos.

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