Do milho para soja: estiagem impacta nas lavouras e reduz 14,56% a produtividade em MS
A estiagem nas últimas semanas impactou o desenvolvimento das lavouras de soja em Mato Grosso do Sul. O cenário, em que tivemos uma segunda safra de milho bastante conturbada, no ano de 2021, também se estendeu para esta leguminosa, com queda na produtividade de 14,56% no estado, conforme a Associação dos Produtores de Soja e Milho de MS (Aprosoja-MS).
O levantamento aponta que cerca de 26% das lavouras se encontram em estado ruim, o equivalente a 970 mil hectares. Desta forma, a associação revistou, para baixo, a estimativa de produção da safra 2021/22, passando de 56,38 sacas por hectare, para 53,69 sacas por hectare.
Em relação a safra passada, o número aponta uma retração de 14,56%, quando os produtores colheram 62,84 sacas por hectare.
“Viemos de uma segunda safra de milho bastante conturbada, em que o produtor sentiu bastante no bolso e agora, infelizmente, mais uma notícia negativa. O impacto foi muito grande nas regiões sul, sul-fronteira, sudoeste e sudeste, enquanto a região norte, oeste, centro e nordeste estão em uma situação mais confortável”, explicou o presidente da Aprosoja-MS, André Dobashi.
Levantamento mostra 26% das lavourados em estado ruim
Além da associação, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro) também participou do levantamento, por meio do Projeto Siga (Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio).
Neste estudo, que já foi repassado para a Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, além do governo estadual, consta que 26% das lavouras sul-mato-grossenses estão em estado ruim, bem como 23% estão em estado regular e 51% em estado bom.
Na questão da estimativa de produção, também houve queda, passando de 12.773 milhões de toneladas para 12.164 milhões, uma redução de 8,58% em relação ao ciclo anterior, quando Mato Grosso do Sul colheu 13.306 milhões de toneladas.
“Mato Grosso do Sul apresenta uma diversidade muito grande nas questões climáticas, principalmente em ano de La Niña, como foi 2021. Mas os produtores estão mais atentos, temos mantido uma conversa direta, levando orientações. Tivemos recorde de contratações de seguro rural, e sempre chamamos a atenção quanto à atenção necessária nas cláusulas contratuais, que precisam ser claras quanto a sua cobertura”, esclareceu Dobashi.
Ainda segundo o presidente, houve pouco replantio nesta safra, devido ao volume considerável de chuvas nos meses de setembro e primeiros 10 dias de outubro, que animaram o agricultor na fase de plantio.
“O produtor estava muito seguro para comercializar nessa época, já fazendo suas travas para garantir os custos de produção. Do total comercializado até o momento, cerca de 36,50%, o maior volume foi feito nesse período de plantio, quando estimávamos uma safra mais positiva”, finalizou o presidente.