Análise: jovens do Grêmio superam nervosismo inicial e dão primeira “oferta” ao profissional
O técnico Cesar Lopes foi simplório nas palavras após a vitória do time de transição do Grêmio por 2 a 1 sobre o Caxias, na noite de quarta-feira, na abertura do Gauchão. Segundo ele, a meta traçada eram os três pontos na Arena. Na primeira amostragem, a “oferta” ao elenco profissional suscitou fartura.
– O objetivo da transição é ofertar. A gente aproveitou muito o momento da pré-temporada. O profissional trabalhou no CT de Eldorado, e nós estávamos lá. Então, diariamente a gente tinha esse contato de observação dos treinamentos, com o profissional também nos dando suporte – explicou Lopes após a partida.
O que foi visto diariamente nas últimas semanas no centro de treinamentos da base gremista pode ser comprovado na noite passada. Após ver o time “retraído”, natural para uma estreia repleta de garotos, o treinador destacou a maturidade dos atletas para administrar o resultado.
A começar por Elias, caracterizado já como centroavante do elenco principal pelo presidente Romildo Bolzan Júnior. Apesar de pegar pouco na bola, precisou de dois lances típicos de camisa 9 para definir o resultado positivo.
Jogadores do Grêmio se abraçam após vitória sobre o Caxias — Foto: Divulgação / Grêmio FBPA
No primeiro gol marcado contra o Caxias, só precisou se posicionar no lugar certo e aparar o passe de Rildo, que fez uma jogada individual para saltar aos olhos de Vagner Mancini, devidamente acomodado em um dos camarotes da Arena.
No segundo, recebeu em profundidade de Vini Paulista. Ao chegar à linha de fundo, viu a aproximação do marcador e tentou um corte rápido, só parado com falta dentro da área. Pênalti sofrido e convertido pelo próprio Elias.
Antes dos gols, porém, Bitello era quem fazia o time jogar. O segundo volante mostrou fôlego e empenho para ajudar o capitão Jhonata Varela na marcação, mas destacou-se mesmo pelo controle da posse de bola e passes precisos para quebrar o sistema defensivo adversário.
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Pedro Lucas, que seria a peça-chave na criação, ficou devendo, apesar de caçado o tempo todo pelos volantes do Caxias. Cesar Lopes amenizou a situação e ressaltou o comprometimento tático do meia de 19 anos.
– Muitas vezes aquele atleta pode não estar brilhando muito do ponto de vista individual, de técnica, passe para gol, finalização. Mas ele também tem comprometimento com as ações táticas, e isso foi importante – destacou o treinador.
Mais contido para liberar os avanços pela esquerda de Guilherme Guedes, o lateral-direito Felipe Albuquerque atuou quase como um terceiro zagueiro. Mais experientes que a maior parte da equipe, os laterais precisarão mostrar mais na próxima partida.
Os zagueiros Ericson e Heitor sofreram para conter o ataque, mas demonstraram vigor físico e repertório pelo alto nos cruzamentos para a área. O ponto negativo ficou por conta do erro de comunicação entre Heitor e o goleiro Felipe Scheibig no gol contra marcado para o Caxias.
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Afetado diretamente pelo posicionamento de Felipe Albuquerque, Vini Paulista pouco criou pelo corredor direito de ataque do Grêmio. Com a habilidade de Rildo e a velocidade de Guedes pela esquerda, o time preferiu construir mais pela esquerda. Ainda assim, a dupla precisa aprimorar o entrosamento.
Gazão, Frizzo, Guilherme Azevedo e Wesley, que entraram no segundo tempo, pegaram o placar já favorável em dois gols e serviram para dar novo gás ao time. Devem aparecer novamente na próxima rodada.
No sábado, o Grêmio vai a Pelotas enfrentar o Brasil pela segunda rodada do Gauchão. A partida está marcada para as 16h30, no Bento Freitas. No jogo seguinte, contra o São José, o time principal deve estrear na temporada.