Yasmin Brunet: “Autoaceitação é o ato mais revolucionário de uma mulher”
Yasmin Brunet cresceu no meio dos padrões de beleza: filha de um dos maiores símbolos sexuais do Brasil, Luiza Brunet, ela seguiu o caminho da mãe como modelo, pagando o preço de quem vive sobre a ditadura de ideais estéticos impostos pela sociedade – sofreu com distúrbio alimentar e diz que até hoje é difícil ficar 100% livre desse tipo de pressão. Recém-separada do surfista Gabriel Medina, ela, que nunca abandonou a carreira de modelo, agora abraçou a beleza de outra forma, lançando sua própria marca de produtos para cabelo. “Mas beleza vem de dentro”, avisa.
“A autoceitação é um trabalho diário e constante e que ninguém pode fazer por você. É libertador e é o ato mais revolucionário que uma mulher pode fazer hoje em dia, é se aceitar e se amar sem ficar muito presa nessas padrões de beleza impostos”, garante Yasmin, 33 anos. Ela pensa que o corpo, mente e coração estão conectados para uma “beleza completa”. “Não adianta estar dentro dos padrões de beleza atuais e não se sentir bonita, porque isso é algo que reflete. Uma coisa tem que estar conectada com a outra; a mente principalmente, porque ela mente para a gente o tempo, é um saco”, lembra.
A Yasmin Beauty é vegana e cruelty free – há anos a modelo defende a causa animal e caminha para uma vida mais “natural”. O primeiro produto também leva seu nome, o Óleo Yasmin. “Sou muito vaidosa e sempre cuidei muito de mim. Minha mãe e as minhas amigas me pediam dicas porque assim que lançava um produto novo eu já comprava”, conta. “O diferencial da marca é que os produtos são o mais natural possível, com a maior quantidade de benefícios. O óleo, por exemplo, é para todo os tipos e estilos de cabelos, tanto para homem quanto para mulher, e pode ser usado em crianças. Não tem silicone, e não é só uma maquiagem para o cabelo, ele realmente cuida e nutre”, explica.
Disposta a ser o mais natural possível no empreendimento, procurando alternativas para ingredientes químicos, Yasmin reforça que beleza é interna. “A gente tem que aprender a não se cobrar tanto, a se amar e se aceitar como realmente é. Sei que não é tão fácil praticar”, assume. “Mas fazendo pequenas coisas no dia a dia, você consegue entender que é uma pessoa única e que deveria ter orgulho de quem é. Seu diferencial é que ninguém pode ser você ou fazer as coisas que você faz. É preciso se aceitar e se amar por inteiro, não só fisicamente”, ensina.
Yasmin assume que até hoje lida com a ditadura da beleza. “Até hoje em dia eu ainda sou um pouco, não chamaria de vítima… Mas todas as mulheres ou a maioria estão presas nesta ditadura da beleza porque a gente vê isso em todo canto: quando abre o Instagram, vê uma revista, vai ao salão”, pondera. “As mulheres têm suas inseguranças e a gente está constantemente se comparando umas com as outras. É o pior erro que a gente faz, mas é natural, infelizmente”, admite.
A modelo critica o fato de muitas pessoas quererem ter o mesmo tipo de beleza, com nariz, olhos e bocas iguais. “Vejo todo mundo perdendo um pouco da sua individualidade”, aponta. “Não vejo nada de errado com alguém que quer modificar algo com que não está contente. Mas as pessoas não deveriam todas querer ser iguais, mas se modificarem dentro de sua própria individualidade, para não ficar todo mundo parecendo a mesma pessoa”, diz.
A modelo diz que se habituou a ser julgada baseada em sua aparência. “Desde muito nova estou nesse mundo de padrões de beleza impostos e me acostumei com as pessoas me vendo e dizendo que eu sou boa ou não baseada no que aparento por fora. Todo mundo que trabalha com imagem já deve ter sentido isso em algum momento”, relata.
“Com certeza já tive que lidar muito com não aceitação, minha mesma, inclusive. Lido com isso até hoje. Eu já tive distúrbio alimentar e acredito que uma vez que você passa por isso você sempre tem esse tipo de ferida dentro de você é muito difícil você estar 100% livre disso. Difícil, mas não impossível”, garante.