‘Meu voto Bolsonaro não tem’, diz Tebet sobre eventual 2º turno entre o presidente e Lula
A pré-candidata à Presidência da República pelo MDB, senadora Simone Tebet, afirmou nesta quinta-feira (24) que, em um eventual segundo turno entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não votaria no atual chefe do Executivo.
A senadora não disse que votaria em Lula, mas não descartou a possibilidade. Ela fez a afirmação em entrevista ao site Congresso em Foco, transmitida ao vivo, ao ser questionada em quem votaria, “como cidadã”, em um cenário de segundo turno entre Lula e Bolsonaro.
“Está tão longe da eleição, não dá para cravar nada. Eu não sei o que eu faria, mas eu já posso adiantar: o meu voto, o presidente da República Bolsonaro não tem”, disse.
Pesquisa Datafolha divulgada em dezembro mostrou, no cenário estimulado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em primeiro lugar com 48% das intenções de voto; o presidente Jair Bolsonaro (PL) em segundo, com 22%; e Sergio Moro (Podemos) em terceiro lugar, com 9%.
Na entrevista, Simone Tebet fez críticas aos governos do PT, marcados, na avaliação da parlamentar, por denúncias de corrupção, patrimonialismo e populismo.
Ela também criticou a gestão de Bolsonaro. Para a senadora, o presidente ameaça a democracia, gera instabilidade e crises que dificultam o desenvolvimento do país. Além disso, o governo de Bolsonaro é, na perspectiva de Simone, “insensível”, e desconhece as potencialidades do Brasil e, principalmente, os problemas da população.
A parlamentar, no entanto, disse acreditar que esse cenário, com Lula e Bolsonaro no segundo turno, não irá se concretizar nas eleições deste ano.
Para ela, os eleitores buscarão uma opção fora da “polarização”; e uma candidatura de centro, unida, tem condições de chegar ao segundo turno e derrotar quem quer que seja o oponente.
Tebet diz ter “convicção” de que reúne condições e tem preparo para ser a representante dos partidos de centro. Ela afirmou que pretende levar a candidatura até o final, que não tem “plano B”, mas que pode abrir mão da disputa em favor de uma candidatura de centro que tenha mais chances.
Na entrevista, a congressista afirmou ter apoio da maioria do MDB para continuar com a candidatura e disse que a posição do senador Renan Calheiros (MDB-AL), de apoiar Lula já no primeiro turno, é “quase isolada” na legenda.
“Ele [Renan] vai ser derrotado dentro do partido e ele vai compreender para onde o MDB vai e vai ter que acatar a decisão do partido. Nós já temos maioria dentro do partido. Isso não nos preocupa. O que me preocupa é ter uma candidatura viável dentro do centro democrático”, disse.
A senadora declarou também estar “otimista” com a possibilidade de uma aliança entre União Brasil, PSDB e MDB em torno de uma mesma candidatura.