Preso em Campo Grande, acusado de matar Marielle Franco é alvo de operação da PF

O ex-PM Ronnie Lessa está no Presídio Federal desde 2020, transferido do Rio de Janeiro

Ronnie Lessa está no Presídio Federal de Campo Grande desde dezembro de 2020. (Foto: Arquivo)

Ronnie Lessa está no Presídio Federal de Campo Grande desde dezembro de 2020. (Foto: Arquivo)

O ex-policial militar Ronnie Lessa é um dos alvos da Operação Heat, deflagrada pela Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e nos Estados Unidos. Lessa está detido no Presídio Federal de Campo Grande e o mandado de prisão foi cumprido esta manhã.

A Operação Heat foi deflagrada pela PF (Polícia Federal) com apoio do MPE (Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro), por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

Ronnie Lessa foi preso em março de 2019 e, desde dezembro de 2020, veio para Campo Grande, transferido do Rio do Janeiro. O ex-PM é acusado de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, juntamente com o também ex-policial Élcio de Queiroz.

Ao todo, 50 agentes federais cumprem sete mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Federal Criminal do Rio.

Além do Rio e Campo Grande, a PF e o MPE também estão em Miami, nos EUA. A Justiça também determinou o sequestro de bens, avaliados em cerca de R$ 10 milhões.

De acordo com as investigações, que já duram cerca de dois anos, o grupo alvo da operação é responsável pela aquisição de armas de fogo, peças, acessórios e munições nos EUA, que em seguida, eram enviados para o Brasil em contêineres. A quadrilha usava rotas marítimas e por encomenda postal por avião para os estados do Amazonas, São Paulo e Santa Catarina, tendo como destino final uma residência em Vila Isabel, no Rio de Janeiro.

Conforme a PF, na maioria das vezes, o material era acondicionado dentro de equipamentos como máquinas de soldas e impressoras, despachados juntamente a outros itens, como telefones, equipamentos eletrônicos, suplementos alimentares, roupas e calçados.

Desta residência, as peças eram retiradas pelos integrantes da célula no Rio de Janeiro – responsável pela usinagem e montagem do armamento, com auxílio de impressoras 3D (Ghost Gunner) -, que posteriormente eram distribuídos para traficantes, milicianos e assassinos de aluguel.

O dinheiro para a compra do armamento era enviado do Brasil para os EUA através de doleiros. Foi identificado um brasileiro, dono de churrascarias em Boston, que recebia parte desse dinheiro e repassava para os alvos residentes nos EUA.

O bando investia o dinheiro adquirido com o tráfico de armas em imóveis residenciais, criptomoedas, ações, veículos e embarcações de luxo.

 

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