desempenho contrasta com números e expõe dificuldade do Vasco no início da Série B

Vasco finalizou mais (17 a 13), teve mais posse de bola (61%), volta com um empate fora de casa e segue invicto na Série B. Na frieza dos números, na teoria, poderia ter sido um bom domingo para os vascaínos. Mas a realidade é diferente. O time segue desorganizado, com muita dificuldade na criação e, no empate por 1 a 1 com o Tombense, abusou das falhas defensivas no primeiro tempo.

Além disso, o Vasco deixou escapar a oportunidade de entrar no G-4. É apenas o início da Série B? Sim. Mas hoje não há vascaíno que afirme com tranquilidade que, com esse elenco e com o futebol que o time vem jogando, o clube voltará à Primeira Divisão.

Zé Ricardo reconheceu o primeiro tempo ruim, culpou a postura e a ansiedade e citou a melhora na etapa final. De fato, o time voltou diferente no segundo tempo, se organizou defensivamente e buscou o empate. Mas ainda é muito pouco. O Vasco abusa de bolas esticadas, erra muito e depende excessivamente das bolas paradas de Nenê ou do erro do adversário. Resumindo, sofre contra clubes menores, com menos investimento. Está em oitavo – pode ser ultrapassado pelo Náutico até o fim da rodada -, com sete pontos, quatro empates e uma vitória.

Vulnerabilidade no início

Os dias de tranquilidade que Zé Ricardo teve para trabalhar após a primeira vitória na Série B não refletiram na partida. O Vasco entrou em campo nervoso. A sensação de evolução que deixou contra Ponte Preta foi rapidamente esquecida. Neste domingo, o time apresentou um futebol pobre nos primeiros 45 minutos. Sólida na última quarta, a defesa entrou desatenta e teve momentos desastrosos. A equipe mineira envolveu o time de Zé Ricardo e encontrou uma avenida pelo lado direito da defesa vascaína

Foi por ali, aliás, que o Tombense abriu o placar com apenas cinco minutos. Com liberdade e espaço, Jean Lucas recebeu, pensou sem ser incomodado e colocou a bola nas costas da defesa do Vasco. Gabriel Dias ficou plantado, enquanto Igor Henrique correu entre a dupla de zaga vascaína para sair na cara de Thiago Rodrigues e abrir o placar.

Foi pelo lado direito da defesa do Vasco também que o mesmo Igor Rodrigues recebeu com liberdade e foi derrubado por Quintero. Pênalti não marcado para o Tombense, segundo a Central do Apito. Isso tudo com menos de 10 minutos de jogo. Em seguida, os mineiros chegaram a balançar as redes, em uma falha coletiva de toda defesa do Vasco, inclusive do goleiro Thiago Rodrigues, mas o lance foi corretamente anulado pelo árbitro de vídeo, uma vez que Mingotti estava em posição irregular.

Embora muito desorganizado, espaçado e lento em campo, o Vasco também teve chances. Foram cinco finalizações na primeira etapa, principalmente nas jogadas de bola parada. Nenê carimbou o travessão em bela cobrança de falta, e Figueiredo tentou de bicicleta após cobrança de escanteio. Em outro lance casual, Roger Carvalho errou o tempo de bola após chutão para frente da defesa do Vasco, e Gabriel Pec apareceu livre nas costas da defesa. Em seu 100º jogo pelo clube, o atacante saiu na cara do goleiro, mas tirou demais e chutou para fora.

Competitivo, mas pouco inspirado

No intervalo, Zé Ricardo disse que o time estava muito nervoso e precisava mudar muito para o segundo tempo. O treinador voltou com Edimar no lugar de Riquelme na etapa final. Gabriel Pec e Figueiredo inverteram posições.

Vasco voltou melhor. Ainda pouco criativo, mas mais disposto, brigando por todos as bolas e mas mais seguro na defesa. Nenê, mais uma vez, não teve grande atuação, mas foi perigoso do nas bolas paradas. As principais oportunidades surgiram nas cobranças de falta ou escanteio do camisa 10. Em um time pouco criativo e com imensa dificuldade ofensiva sua bola parada foi fundamental.

E foi na bola parada com Nenê, principal arma do time em Muriaé, que o Vasco chegou ao empate. Após cobrança de escanteio, Raniel desviou de cabeça, a bola desviou em Roger Carvalho e entrou. A arbitragem assinalou gol contra do zagueiro do Tombense.

Com o empate, o Vasco se acalmou um pouco, passou a ter mais volume de jogo, mas seguiu cometendo muitos erros ofensivos e teve poucas chances para marcar. O time foi competitivo, mas pouco inspirado. O fato de Yuri Lara ter sido o melhor do Vasco talvez resuma a atuação. O Tombense também pisou no freio e priorizou a marcação. Teve, porém, duas boas oportunidades. Carimbou a trave em uma cabeçada e obrigou Thiago Rodrigues a fazer bela defesa em chute de Jean Lucas. Nos 15 minutos finais, os dois times mexeram muito, e o jogo esfriou.

Vasco retorna ao Rio a três pontos dos líderes Grêmio, Bahia e Cruzeiro. A distância para o G-4 é de apenas um. A classificação está longe de ser desesperadora em uma Série B equilibrada. Mas é preciso evoluir, jogar melhor e vencer mais. A próxima oportunidade será no sábado, contra o CSA, em São Januário.

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